Morte de estudante gera manifestação contra hospitais

Manifestação contra atendimento precário na saúde pública deve reunir de 400 a 600 pessoas na zona norte de São Paulo nesta segunda-feira

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Por Agencia Estado
Atualização:

A morte de um garoto de 14 anos no dia 27 de outubro é o motivo da manifestação que partirá nesta segunda-feira, 4, do Colégio Lacerda, na Vila Zatt, zona norte da capital, e seguirá até o pronto socorro Municipal de Pirituba. Para os organizadores da manifestação, o evento deve reunir de 400 a 600 pessoas, e visa protestar conta os "maus serviços prestados pela saúde pública, na cidade de São Paulo", explica Anselmo Felix da Silva, de 41 anos. Everton Cláudio Julião da Silva, de 14 anos, sofreu uma contusão durante uma partida de futsal. Com fortes dores no joelho, foi levado no dia 23 de outubro pela mãe, Alessandra, ao pronto socorro do Hospital de Pirituba. Depois de alguns exames, o traumatologista Eurondi de Souza receitou um medicamento e o encaminhou para casa. À noite, a dor aumentou e, no dia seguinte, o joelho estava inchado e com hematoma. Everton acordou com febre alta. A mãe o levou novamente ao mesmo pronto socorro, onde ele foi atendido por outro traumatologista identificado como Alberto. Segundo Alessandra, ele apenas repetiu a medicação. Ela perguntou-lhe se não era necessário imobilizar a perna dolorida e a resposta foi: "A senhora é médica?". Dois dias depois, a febre continuava alta e a perna estava totalmente inchada, com algumas bolhas de sangue. Uma paramédica do Samu orientou a mãe para que levasse o menino à Santa Casa de Misericórdia. Estavam a caminho, quando ele teve convulsões. Foi por isso que preferiam levar ao hospital mais próximo, o PS de Vila Penteado. No dia seguinte, o menino morreu em conseqüência de infecção generalizada. Seu corpo foi sepultado no Cemitério Dom Bosco, em Perus. A revolta de amigos e familiares resultou numa primeira manifestação da qual participaram cerca de 300 pessoas. Nesta segunda-feira deve sair o laudo da morte do garoto. "Não queremos que esse caso caia no esquecimento. Sabemos que não vai devolver a vida ao garoto. Mas é preciso alertar as autoridades sobre a situação da saúde pública", explica Anselmo. Além do pronto socorro de Pirituba, os manifestantes querem denunciar o atendimento precário em todos os hospitais e prontos-socorros da região: o de Taipas, o de Vila Penteado, o de Perus, o de Nova Cachoeirinha e o João Paulo.

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