Morte de franceses deixa Rio em choque, diz jornal britânico

Reportagem destaca que principal acusado pelo crime foi ajudado nos últimos dez anos pela organização criada pelas vítimas para auxiliar menores carentes

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Por Agencia Estado
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Os detalhes do assassinato dos três franceses mortos a facadas em um apartamento em Copacabana na manhã de terça-feira, 27, deixou a cidade do Rio, já acostumada com a violência, chocada, segundo reportagem publicada pelo diário britânico The Times. ?Mesmo pelos terríveis padrões da reputação sangrenta do Rio, o fato de uma das vítimas francesas ter sido torturada e decapitada deixou até os endurecidos policiais chocados?, relata o jornal. ?As duas outras vítimas foram esfaqueadas seguidamente, em meio a gritos agudos, enquanto seu filho de dois anos, Max, dormia no andar de cima?, continua o texto. O jornal observa ainda que o principal acusado pelo crime, Társio Wilson Ramires, foi ajudado nos últimos dez anos pela organização criada pelos franceses para auxiliar menores carentes nas favelas do Rio. ?Eles deram a ele um trabalho, mas ele começou recentemente a roubar dinheiro da organização, somando dezenas de milhares de dólares?, diz a reportagem. Fim trágico O também britânico The Guardian comenta que ?Delphine Douyère não foi ao Rio de Janeiro pelas praias e pelo sol?. ?Após períodos em trabalho de caridade na Bósnia e no México, a assistente social francesa esperava ajudar a resgatar jovens brasileiros de uma vida de crime e pobreza em uma das cidades mais violentas do mundo?, diz a reportagem. ?Mas nesta semana, após quase uma década dedicada às crianças da América do Sul, ela teve o fim mais trágico imaginável - cortada à morte com facas de cozinha em sua casa em Copacabana ao lado de seu marido e de um colega, aparentemente por um dos menores de rua que ela havia tentado salvar?, relata o Guardian. O jornal afirma que os assassinatos pontuam um recente aumento da violência na cidade, ?onde cerca de 6 mil homicídios são cometidos a cada ano?. O diário francês Le Figaro observa que ?o crime provocou uma grande agitação na comunidade francesa do Rio de Janeiro, que tem 7,5 mil pessoas? e que ?mesmo para os padrões brasileiros, o crime é de uma brutalidade rara?. ?O drama ilustra a banalização da violência no país?, segundo o jornal, que afirma que, com uma taxa de homicídios anual de 27 mortos por 100 mil habitantes, o Brasil é o quarto país mais violento do mundo, atrás somente de Colômbia, Rússia e Venezuela. O jornal observa que ?a segurança pública é uma questão abandonada pelo Estado, o que vem provocando uma insatisfação popular? e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta semana que o tema será debatido em seu encontro com os governadores nesta quarta-feira. include $_SERVER["DOCUMENT_ROOT"]."/ext/selos/bbc.inc"; ?>

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