Morte de policiais no Rio aumenta em 2002

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Por Agencia Estado
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O número de policiais civis e militares assassinados no mês passado (21) foi o mais alto do ano no Rio, e a soma das mortes de janeiro a setembro (110) já supera o total registrado em 2001 (98). Os dados são do Núcleo de Pesquisa e Análise Criminal da Secretaria da Segurança Pública do Estado. Dos 21 policiais mortos no mês passado, 18 eram militares (15 estavam de folga) e 3, civis, todos fora de serviço. Nesta terça-feira, dois policiais - um civil e um militar - morreram depois de reagir a assaltos a ônibus em diferentes pontos da cidade. No domingo, a governadora Benedita da Silva (PT) disse que a "perda quase diária de policiais é preocupante". O inspetor Cláudio Cruz, coordenador do Núcleo de Defesa dos Policiais Civis, lamentou nesta quarta a morte de colegas e disse que o Estado "trata o policial como peça de reposição": "Não estou falando desse governo, que teve muito pouco tempo para fazer alguma coisa, mas de todos os governos que o Rio teve nos últimos anos", ressalvou. Ele admitiu que não usa a carteira de policial civil porque tem medo de ser assassinado e defendeu a transferência de PMs e inspetores que moram em áreas consideradas de risco da cidade. "Vou fazer 25 anos de polícia e não ando mais com a carteira. O que existe é uma inversão total de valores: não é mais o bandido que tem medo da polícia; é o policial quem precisa de esconder do bandido." O subsecretário de Planejamento Operacional da Segurança Carlos Leba, disse nesta quarta que o Estado "vê com preocupação e tristeza" o aumento do número de policiais mortos. Há cerca de um mês, Benedita declarou que pretendia "gastar menos com funerais e mais com segurança". A polícia morre, mas também mata muito no Rio. Em agosto, por exemplo, 99 civis morreram em supostos confrontos com policiais, número mais alto desde janeiro de 1998. A Secretaria da Segurança não forneceu números detalhados mês a mês das mortes de policiais ocorridas em 2001, 2000 (total de 120 registros) e 1999 (102 mortes). Para se ter uma idéia do crescimento, em todo o ano de 1995 morreram 54 policiais no Rio. Em 2002, foram 9 em janeiro, 10 em fevereiro e 18 em março, último mês da gestão Anthony Garotinho (PSB), que deixou o governo para disputar a Presidência. Em abril, quando Benedita assumiu, 9 policiais foram mortos. Em maio foram 10; em junho, 17; em julho, 7; e, em agosto, 9 mortes.

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