Motim de presos dura 25 horas em SP

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Por Agencia Estado
Atualização:

O motim dos 181 presos no 9º Distrito Policial, no Carandiru, na Zona Norte de São Paulo já dura mais de 25 horas. No pátio, junto com os presos, há um grupo de 70 mulheres, entre mães, esposas e filhas dos presidiários, que se recusa a deixar o local. Elas estão desde as 12 horas de ontem na cadeia - quando entraram para visitar seus parentes. Ao todo são 251 pessoas no pátio, dividindo espaço com pouco mais de 200 metros quadrados. Eles estão sem comer, e sob chuva. Desde a noite de quinta-feira, a polícia cortou as refeições e o fornecimento de água e luz. Segundo os familiares que estiveram na visita, as mulheres ficaram na cadeia por vontade própria. Pelo menos 70 pessoas não aderiram ao movimento e deixaram o DP após a visita. Os presos protestam contra a superlotação, maus tratos e falta de condições no distrito. O prédio tem cinco celas, com capacidade para 40 presos. O clima dentro da cadeia esteve tenso durante todo o dia. Na noite de quinta-feira, havia suspeita que alguns presos estavam tentando escalar o muro do pátio para fugir. A polícia deu tiros para intimidar os amotinados. No domingo, os detentos tentaram fugir por um buraco feito na parede de uma das celas. Segundo o delegado Natan Rosemblatt, os presos não estão suportando a falta de espaço no distrito. Na segunda-feira, um grupo de presidiários tentou matar três companheiros. Na confusão, a polícia atingiu um dos detentos com um tiro na perna. De acordo com o delegado, os presos pedem a transferência para outros presídios e reivindicam a revisão nas penas. "Eles também querem regalias, como roupas, jumbo (comida trazida pelos parentes) e TV", disse Rosemblatt.

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