PUBLICIDADE

Moto e armas de PMs são apreendidas

Presos sob suspeita de matar mãe de traficante, três policiais podem ter ligação com assassinato de coronel

Por Camila Molina
Atualização:

A polícia apreendeu uma motocicleta Honda Falcon preta, armas, toucas ninja e celulares com os três PMs detidos anteontem sob suspeita de tentar matar um traficante e de assassinar a mãe dele, em 2007. Está sob investigação a possibilidade de envolvimento dos três, cujos nomes não foram divulgados, na morte do coronel José Hermínio Rodrigues, comandante da Polícia Militar da zona norte de São Paulo, no dia 16. A moto é um dos principais indícios que ligam os crimes, pois é do mesmo modelo e cor da usada na execução do coronel. O delegado do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) Marcos Carneiro Lima e a tenente-coronel da Corregedoria da PM Ângela Di Marzio deram ontem detalhes sobre a prisão dos PMs, que negaram participação nos crimes. Segundo Ângela di Marzio, mais de 20 PMs estão sendo chamados à Corregedoria como colaboradores para a investigação, feita pelas Polícia Militar e Civil. O delegado Carneiro disse que "há a possibilidade de que outros policiais estejam envolvidos". Foram apreendidos com os PMs três cheques roubados - um deles de um correntista investigado pela polícia. Segundo o delegado, as justificativas dos policiais não foram convincentes. Não foi detectado sangue na moto. O delegado também diz que os três "não são tratados como suspeitos da morte do coronel Hermínio", apesar de terem sido subordinados dele. O traficante que sofreu o atentado, preso e ouvido nas investigações, reconheceu os três PMs. Ele foi vítima de um flagrante de arma forjado depois de ter sofrido extorsão por policiais. A seguir, aconteceu a tentativa de homicídio. Por fim, a mãe, que ameaçou denunciar os policiais, foi morta no mesmo estilo da execução do coronel - com um tiro na cabeça e vários outros no corpo. "Ainda não sabemos se os calibres das armas usadas nos dois assassinatos batem." O resultado das perícias deve sair em dez dias.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.