RIO - A polícia desmontou a versão da motorista de transporte escolar Cláudia Vidal da Silva para a morte do menino Gabriel de Oliveira Alves, de 2 anos, que sofreu insolação depois de passar duas horas trancado em seu carro, na semana passada. Ela sustentava que havia passado mal e ficado desacordada nesse período, mas investigadores descobriram que ela foi a um salão fazer as unhas, deixando intencionalmente a criança sozinha no veículo.
A dona do salão e a manicure que atendeu Cláudia prestaram depoimento e contaram que ela já tinha horário previamente marcado na sexta-feira - no mesmo horário em que deveria levar Gabriel à creche. A agenda foi apreendida pela polícia, que a havia indiciado por abandono de incapaz seguido de morte e agora deve mudar o crime para homicídio culposo (sem intenção de matar).
“Nós não acreditamos na primeira versão, a história não era crível. A versão verdadeira é de que ela pegou o Gabriel em casa por volta das 10h24 e, dez minutos depois, parou o carro. Foi ao salão, no qual entrou às 10h37, e ficou até 12h25. Quando retornou para o veículo, viu que o Gabriel já estava em estado convulsivo”, disse o delegado à frente do caso, Felipe Curi, da Delegacia de Vicente de Carvalho.
A polícia recolheu imagens que ratificam os relatos da manicure e da proprietária do salão. “São imagens distantes, mas dá pra ver que é a Cláudia e o Gol dela, dá pra ver o horário de entrada e saída do salão.
Não deu tempo de ela ‘esquecer’ que o menino estava no carro. Cláudia deixou intencionalmente o menino e foi à manicure”, informou o delegado.
Gabriel, que teve insolação e desidratação (o dia foi de extremo calor), foi enterrado domingo passado. Segundo a mãe, Carla Oliveira, a motorista já havia “esquecido” o menino no carro outra vez. O transporte era irregular e Cláudia foi autuada também por exercício ilegal da profissão. Ela até agora foi mantida em liberdade.