Motoristas destroem ponte apodrecida em estrada do Pará

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Revoltados contra o péssimo estado das pontes de madeira da rodovia BR-230, a Transamazônica, no trecho entre os municípios de Medicilândia e Uruará, no sudoeste do Pará, motoristas e moradores interditaram o local, destruindo o que restava da estrutura apodrecida de uma delas. Outras vinte pontes ao longo de 1.800 km da rodovia que corta o Pará de leste a oeste também ameaçam desabar. "A ponte interditada, com 30 metros de comprimento, passa por cima de um igarapé. Andar por cima dela exige extrema habilidade e coragem do motorista, principalmente de ônibus ou carreta. "Isto aqui é uma vergonha nacional. O Ministério dos Transportes esqueceu há 30 anos do Pará e da Transamazônica. É atravessar a ponte orando para Deus para não cair e morrer lá embaixo", desabafa o motorista Osvaldo Clênio Pereira. "Os esteios da ponte começaram a ceder com a passar dos anos. Resultado: para um ônibus passar é preciso reduzir o peso do veículo. Os passageiros são obrigados a descer e atravessar a ponte a pé, carregando a própria bagagem, para apanhar o mesmo veículo mais adiante. "Os caminhoneiros que insistem em passar pelo local levando madeira ou gado são tidos como loucos pelos moradores. "Outro dia, um desses malucos caiu com o caminhão e tudo e morreu junto com os bois", recorda o agricultor Francisco Silveira. "A demora na estrada esburacada e com pontes caindo aos pedaços faz com que mercadorias perecíveis cheguem estragadas ao seu destino, levando até três dias para sair da Transamazônica. "O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes Terrestres (Denit) informou que a empresa responsável pela manutenção do trecho deverá construir um desvio no local para restabelecer o tráfego de veículos. As outras pontes danificadas, segundo o órgão, serão consertadas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.