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Motoristas se queixam da sinalização do Rodoanel

Por Agencia Estado
Atualização:

Um dia depois da liberação da rotatória do Rodoanel que estava bloqueada, muitos motoristas se queixavam da sinalização. Para que a rotatória fosse liberada hoje, a Desenvolvimento Rodoviário S.A (Dersa), com o apoio da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), teve de instalar sinalização às pressas, com uma equipe trabalhando de madrugada. Para os motoristas, não adiantou muito. O trecho de sete quilômetros do Rodoanel foi inaugurado no domingo pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). A obra, por enquanto, liga apenas a Avenida Raimundo Pereira de Magalhães às Rodovias Anhangüera e Bandeirantes. Apesar da inauguração, alças de acesso a Caieiras permaneceram fechadas porque a Prefeitura e o governo do Estado não se entendiam. Sem opção, os motoristas improvisaram um retorno e houve pelo menos um acidente. Uma pessoa ainda está internada. A equipe da Dersa pintou faixas, pôs placas, redirecionou o trânsito com cones. Mesmo assim, o representante comercial Robersio Costa, de 44 anos, não conseguia encontrar um jeito de seguir para São Paulo e ir a Santos. "Isso aqui está confuso. Estou perdidinho." O aposentado Cipriniano Bispo da Silva, de 61 anos, também teve de parar e pedir informações aos operários que pintavam faixas e acertavam a sinalização. Silva saiu de Perus, onde mora, e tentava chegar a Caieiras. "Não tem nenhuma sinalização. É a primeira vez que eu venho por aqui." Sem retorno - Os motoristas também perceberam que quem vem da zona oeste, por exemplo, pela Raimundo Pereira de Magalhães não tem como voltar. O retorno improvisado pelos motoristas ainda era utilizado. Técnicos da Dersa e CET voltaram a reunir-se e acertaram novas obras que deverão ser feitas até julho. Sem segurança - O prefeito em exercício de São Paulo, Hélio Bicudo (PT), rebateu as críticas de Alckmin e acusou o governo do Estado de inaugurar o primeiro trecho sem condições de segurança. Ele mostrou um ofício enviado pelo secretário estadual dos Transportes, Michael Zeitlin, no dia 8 de novembro ao secretário do Governo Municipal, Ruy Falcão (PT), comprometendo-se a executar obras. Entre as medidas, está o desassoreamento dos Córregos Areião e Perus, a drenagem da Raimundo Pereira de Magalhães, a duplicação da via entre o Rodoanel e a Avenida Fiorelli Peccicacco e a execução de estudos para a melhoria do trânsito na Avenida Cantídio Sampaio. "Quase nenhuma delas foi feita. Isso implica que a responsabilidade por tudo aquilo que vem ocorrendo é do governo do Estado e não da Prefeitura." De acordo com Bicudo, todas as obras deveriam ser feitas antes da inauguração. No ofício, Zeitlin aponta julho de 2002 como data para a conclusão de uma parte delas. Ele atribuiu a inauguração a um ato político. Falcão também afirmou que a abertura do trecho ocorreu de acordo com o cronograma eleitoral do Estado. "O Rodoanel ainda não reúne as condições ideais para funcionar", disse. Em entrevista hoje à rádio CBN, Alckmin voltou a acusar a Prefeitura pelos problemas que ocorreram desde a abertura do trecho. "A Prefeitura fechou a rotatória e as pessoas não podiam passar." Procurado pela reportagem, Zeitlin explicou que as obras especificadas no ofício vão ser feitas no prazo previsto e não impediam a inauguração. "Isso é uma briga política", afirmou. Motoqueiro - O motoqueiro Benildo José dos Santos, que sofreu um acidente na Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, na terça-feira, permanece internado no Hospital das Clínicas, em estado grave, segundo informações da Assessoria de Imprensa do hospital. Ainda de acordo com a assessoria, ele tem várias fraturas pelo corpo e passou por uma cirurgia ontem. Testemunhas contaram que ele se acidentou ao fazer o contorno improvisado na avenida. Santos foi socorrido por um helicóptero Águia, de acordo com a Polícia Militar, e levado para o HC. Inicialmente, pensava-se que o motoqueiro havia morrido. Foi por isso que Prefeitura e governo do Estado começaram a trocar acusações sobre a responsabilidade no acidente.

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