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MP denuncia donos de parque de diversões por homicídio no Rio

Engenheiro que autorizou funcionamento do parque também foi denunciado

Por Solange Spigliatti
Atualização:

SÃO PAULO - Os donos do parque de diversões Glória Center e o engenheiro responsável foram denunciados nesta terça-feira, 13, pelas mortes dos jovens Alessandra da Silva Aguilar e Vitor Alcântara de Oliveira, ocorridas em um acidente no interior do parque na madrugada do dia 14 de agosto deste ano, no Rio.

 

O Ministério Público do Rio denunciou os empresários Maria da Glória Pinto e Leandro Pinto Ribeiro e o engenheiro Luiz Soares Santiago pelo crime de homicídio qualificado. Maria da Glória e Leandro também estão proibidos de trabalharem em atividade empresarial no ramo de diversões públicas e Luiz Soares de expedir laudos de engenharia.

 

O Glória Center estava instalado na Estrada dos Bandeirantes, na altura no número 28.000, em Vargem Grande. Os dois adolescentes e mais nove pessoas foram atingidos por parte do brinquedo tufão - carrinhos que rodam enquanto ficam suspensos no ar -, que se desprendeu de sua estrutura. Alessandra morreu no local, e Vitor, três dias após o acidente.

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De acordo com a denúncia dos Promotores de Justiça Alexandre Themístocles e Márcia Velasco, o laudo pericial apontou que os brinquedos do parque estavam em péssimo estado de conservação, com peças deterioradas, calços com pedaços de madeira, condutores com emendas e fitas isolantes expostas - possibilitando choques elétricos -, fixação de estruturas com arames metálicos torcidos e coloridos, brinquedos com pregos enferrujados, entre outras irregularidades.

 

Segundo a denúncia, no dia 5 de agosto, mediante pagamento, o engenheiro Luiz Cláudio forneceu Laudo de Responsabilidade Técnica Mecânica atestando que todos os brinquedos estavam em perfeitas condições de funcionamento e dentro dos padrões mecânicos, para o uso do público em geral. De acordo com Themístocles, a cuidadosa análise dos peritos revelou que o brinquedo tufão, com aproximadamente 40 anos de fabricação, devido ao mau estado de conservação, além de graves problemas estruturais, apresentava madeiras apodrecidas e fibras de vidro quebradiças.

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