MP denuncia viúva como mandante da morte de milionário

Adriana é acusada pelo assassinato de René Senna, vencedor da Mega Sena

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Por Agencia Estado
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Adriana Ferreira Almeida, viúva do milionário da Mega Sena, René Senna, 54 anos, foi denunciada nesta quarta-feira pelo Ministério Público de Rio Bonito como mandante do assassinato do marido ocorrido em 7 de janeiro em um bar do bairro naquele município. Segundo os promotores Guilherme Macabu Semeghini e Marcele Moreira Tavares Navega, ela ofereceu recompensa a outros cinco acusados para planejar e executar a morte de Senna, que pretendia terminar o relacionamento e retirar o nome dela do testamento. Também foram acusados os ex-seguranças de René, o ex-PM Anderson da Silva de Souza, sua mulher Janaína Silva de Oliveira (amiga de Adriana), o cabo PM Marco Antônio Vicente, o soldado Ronaldo Amaral de Oliveira, o China, e Ednei Gonçalves Pereira. Todos que já cumprem prisões temporárias e tiveram suas prisões preventivas solicitadas. Para os promotores o homicídio foi duplamente qualificado. Renê foi morto por motivo torpe (para Adriana se beneficiar do seu testamento) e sem possibilidade de defesa: não tinha as duas pernas. Cada um dos acusados pode pegar até 30 anos de cadeia, caso sejam condenados por júri popular. No caso de Anderson e Ednei as penas podem ser aumentadas em até 15 anos, já que eles foram denunciados também por roubo qualificado. Eles levaram a bolsa da vítima após o crime, onde ele carregava dinheiro e uma arma. Na descrição do crime feita pelos promotores, Anderson e Ednei foram os executores dos disparos que atingiram o milionário. Janaína é apontada como intermediária entre seu marido e a amiga Adriana, o que foi classificado como "auxílio intelectual". Ronaldo é acusado de contribuir com o assassinato ao emprestar sua moto para que os dois assassinos fossem ao encontro de Renê. Marco Antônio teria participado do planejamento do homicídio. Dia 26 de março a polícia conclui um inquérito que investigava a morte e apontou Adriana como a mandante do assassinato de René, que ganhou R$ 52 milhões na Mega-Sena em 2005. Cronologia do caso Julho de 2005: René Senna, ex-lavrador e ex-açougueiro de Rio Bonito, ganha sozinho o prêmio de R$ 52 milhões da Mega Sena Janeiro de 2006: René, então com 53 anos, se casa com a cabeleireira Adriana Almeida, de 28 anos Janeiro de 2007: Adriana paga R$ 300 mil por uma cobertura no Arraial do Cabo (RJ). No documento de compra e venda, diz não ser casada nem ter relacionamento estável 4 de janeiro: O casal briga, e Adriana deixa a fazenda de R$ 9 milhões onde morava com o marido 7 de janeiro: René Senna é morto com quatro tiros de pistola à queima-roupa no Bar do Penco 12 de janeiro: Acusada pela única filha de René, Renata, de ser a mandante do crime, Adriana depõe na delegacia de Rio Bonito. A polícia pede quebra do sigilo bancário e telefônico da ex-cabeleireira 27 de janeiro: O motorista de van Robson de Oliveira, de 27 anos, diz em depoimento de seis horas que ele e a viúva se conhecem há três anos, já namoraram, reataram em setembro e passaram o réveillon juntos em Arraial do Cabo 29 de janeiro: Adriana admite que mentiu e pede pra refazer declarações à polícia 30 de janeiro: Adriana é presa sob acusação de envolvimento no crime 1º de fevereiro: Dois policiais militares que trabalharam como seguranças de René Senna foram presos, sob suspeita de participação no crime 2 de fevereiro: O ex-policial militar Anderson Silva de Souza, que atuou como segurança do milionário, se entrega para a polícia, é preso e considerado suspeito 5 de fevereiro: Prisão da professora de educação física Janaína da Silva Oliveira, mulher do ex-policial militar Anderson Silva de Souza - apontado como possível executor do assassinato - e amiga da viúva de Senna, Adriana Almeida. 6 de fevereiro: O último suspeito, o motorista Edney Gonçalves Pereira, se entrega à polícia e nega participação no crime. 8 de fevereiro: Depoimento de Creuza Ferreira Almeida, mãe de Adriana, reforça indícios de que ela tenha ligações com a morte de Renné e do PM Davi Vilhena. Creuza declarou que o ex-PM Anderson da Silva Souza, acusado de ser o autor do crime, tinha ciúmes de Vilhena com o patrão. 14 de fevereiro: Justiça nega pedido de habeas-corpus de Adriana. Decisão levou em consideração conversas telefônicas que indicaram que ela tentou atrapalhar as investigações sobre o caso. 26 de fevereiro: Polícia do Rio faz a reconstituição do crime, no dia 7 de janeiro, na cidade de Rio Bonito. 27 de fevereiro: Juíza prorroga por 30 dias a prisão dos seis envolvidos no caso. 21 de março: Calisto Fernandes dos Santos Filho, de 66 anos, tio de Renné Senna, é encontrado morto na carceragem da Polinter, no Rio. Preso por estupro, ele estaria alojado na mesma cela de Anderson Silva de Sousa, ex-PM e ex-segurança de Renné, um dos suspeitos de ter participado do assassinato do milionário. O delegado responsável pelo caso informa que a Delegacia de Homicídios não vai investigar a morte pois não há indícios de que a morte tenha ligação com o assassinato de Renné. 26 de março: A polícia conclui o inquérito que investiga a morte e acusa Adriana como mandante do crime

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