MP encontra indícios contra vereadora Myryam Athiê

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O Ministério Público Estadual encontrou os primeiros indícios que comprovam a denúncia de tráfico de influência praticado pela vereadora Myryam Athiê (PPS) em favor da Viação Cidade Tiradentes. Durante busca e apreensão na viação, a Polícia Civil encontrou documentos que confirmam a denúncia de Marcos José Cândido da Silva, de que a vereadora, por intermédio do advogado Jorge Fukuda, teria cobrado R$ 250 mil para ajudar a empresa a sair do processo de intervenção da São Paulo Transporte (SPTrans) e vencer o edital de licitação para continuar a operar em São Paulo. "São indícios de que o Marcos não está mentindo. Os documentos coincidem com sua denúncia", disse nesta terça-feira o promotor Silvio Antonio Marques. Silva, que participou como intermediário da compra da empresa, está no 19º Distrito Policial, sob acusação de ter desviado R$ 11,5 milhões injetados pela SPTrans na Cidade Tiradentes durante processo de intervenção. A viação foi descredenciada pela SPTrans em fevereiro de 2003 e 1,9 mil empregados foram demitidos. A empresa operava com 330 ônibus entre a zona leste e a região central. Entre os documentos está uma folha de rosto de um fax enviado por Silva para Milton Sérgio Júnior, então chefe de gabinete da vereadora. Silva dizia estar transmitindo documentos com o compromisso de constituição do consórcio Aricanduva. A Cidade Tiradentes encabeçava esse consórcio no edital de licitação, antes de ser descredenciada. Outro documento encontrado é um recado escrito à mão pelo proprietário da Cidade Tiradentes, Samy Gelman Jaroviski (preso sob a mesma acusação), pedindo para Silva falar para o chefe de gabinete que o "interventor (nomeado pela SPTrans) não permite retirar nenhum dinheiro do caixa e que assim é impossível cumprir o tratado para hoje". A vereadora Myryam Athiê negou todas as denúncias e disse que apenas acompanhou os proprietários da viação em uma reunião da SPTrans para tomar conhecimento da situação da empresa, já que a empresa operava em seu reduto eleitoral.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.