MP investiga suspeitos de agenciar prostituição infantil

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A Corregedoria do Ministério Público de Minas está apurando denúncias contra dois promotores das Varas de Infância e Adolescência de Araxá, 320 quilômetros a oeste de Belo Horizonte, acusados de aliciamento de menores, pedofilia, envolvimento com uma máfia de prostituição infantil e de fazer ameaças de morte a membros do Conselho Tutelar municipal. Segundo o deputado estadual Durval Angelo (PT), os promotores da 1ª Vara, Armando Lourenço da Silva, e da 2ª, Luiz Alexandre Cruz Ferreira, começaram a ser investigados há três anos. Duas adolescentes infratoras, de 11 anos, disseram, em depoimento ao Conselho Tutelar de Araxá, que os promotores tentaram aliciá-las e obrigá-las a fazer sexo com adultos para se livrar de acusações por outros crimes. A direção do MP mineiro foi comunicada e enviou dois corregedores à cidade para apurar as denúncias. O deputado petista afirmou, no entanto, que os corregedores teriam trabalhado para abafar o caso, e não para descobrir a verdade, e o inquérito foi arquivado. "Os corregedores foram vistos em um bar, bebendo com os promotores suspeitos", disse Durval, para quem os denunciados podem ser integrantes de uma "máfia" de agenciadores de menores para prostituição, "bem organizada e perigosa". O parlamentar fez uma representação ao procurador-geral de Justiça de Minas, Nedens Ulisses Oliveira, que esta semana reabriu as investigações e enviou dois novos corregedores a Araxá. A representante do Conselho Tutelar de Araxá, Angela Leitão, prestou depoimento hoje ao Conselho Estadual da Criança e do Adolescente, em Belo Horizonte, e confirmou as denúncias. Angela disse que ela e alguns colegas estão sendo ameaçados de morte, desde que o suposto envolvimento dos promotores com prostituição infantil veio à tona. Documentos do Conselho Tutelar sobre o assunto também teriam sido roubados recentemente. Os promotores Armando Silva e Luiz Alexandre Ferreira, que trabalham há dez anos na comarca de Araxá, não foram encontrados para comentar as acusações.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.