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MP pede intervenção das Forças Armadas no Rio

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Marcus Faver, defendeu, nesta quarta-feira, em nota oficial, a intervenção das Forças Armadas no Estado, diante do que considera uma situação ?excepcional, de balbúrdia?, enfrentada pela sociedade fluminense. ?A própria Constituição do Brasil prevê essa ajuda quando a instituição segurança pública está em risco?, afirmou, em texto distribuído pela assessoria de imprensa do TJ, no fim da tarde desta quarta-feira. Para ele, o atual estado de segurança é ?gravíssimo?. A idéia do uso das Forças Armadas foi lançada na semana passada pelo procurador-geral de Justiça, José Muiños Piñeiro Filho, e ganhou a imediata adesão de Faver. Nesta quarta, o chefe do Ministério Público divulgou nota ?exigindo a imediata transferência do condenado Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, para outro Estado?. O traficante é acusado de liderar a rebelião desta quarta no presídio Bangu 1. Em junho de 2001, Faver se opôs à transferência de Beira-Mar da carceragem da Polícia Federal em Brasília para o Rio. Na opinião do desembargador, é preciso afastar os criminosos de suas áreas de atuação e influência. Ele reconhece, no entanto, que razões técnicas legitimam a permanência de Beira-Mar em um presídio do Rio, onde praticou a maior parte dos crimes pelos quais a Justiça o condenou. O presidente do TJ voltou a dizer que o uso de tropas militares seria útil em presídios, porque ?têm hierarquia, ordem, organização e estudo em operações estratégicas?. Ele definiu como frágil o sistema penitenciário do Rio e disse que a composição de Bangu 1 ? que reúne no mesmo presídio integrantes de facções rivais ? é equivocada. Piñeiro Filho classificou como ?intolerável? a ?permissividade da existência de facções criminosas? e criticou a falta de bloqueadores de celulares nos presídios e de um batalhão da PM especializado. ?Com pessoal competente, eficaz e não comprometido, qualquer lugar é seguro?, afirmou Faver. ?Não podemos tratar feridas cancerosas com mercúrio cromo. São necessárias medidas rigorosas contra o crime organizado, que cheguem ao nível de sua sofisticação.? Segundo o procurador-geral de Justiça, a direção do Departamento de Sistema Penitenciário (Desipe) ?foi informada, recentemente, de que integrantes de duas facções criminosas estariam planejando o resgate de presos e que haveria derramamento de sangue?.

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