MP recorre da libertação de policiais da Cracolândia

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Ministério Público Estadual (MPE) vai recorrer da decisão do juiz José Zoega, da 18ª Vara Criminal, que mandou libertar os investigadores do Departamento de Investigação sobre Narcóticos (Denarc), Hélio Carlos Barba, Alessandro Ramos da Silva e Guilherme Barbosa Palazzo. Eles estavam presos desde dezembro do ano passado, acusados de roubo, tortura e abuso de autoridade, cometidos contra prostitutas e viciados em drogas na região da Cracolândia, bairro de Santa Ifigênia, São Paulo. A ação dos policiais foi filmada pelo MPE. Vítimas prestaram depoimentos aos promotors do Grupo de Atuação Especial e Repressão ao crime Organizado (Gaeco) e na Corregedoria da Polícia Civil, confirmando as acusações. Mas o mesmo não aconteceu perante a Justiça. A vítima de roubo, supostamente cometido por Barba, sumiu. Outra, menor de idade, se recusou a prestar depoimento. O juiz, então, decidiu soltar os policiais porque a "prova oral é contraditória". O promotor Éder Segura, do Gaeco, discorda. "O conjunto de provas não é apenas o que foi falado perante o juízo", disse. Segura, que afirma respeitar da decisão do juiz, vai tentar restabelecer a prisão dos policiais apresentando um recurso ao Tribunal de Justiça (TJ). Na mesma decisão, o juiz manteve na cadeia outros dois policiais acusados de cometer crime na Cracolândia. José Carlos de Castilho e Mauro Cézar, Bartolomeu, acusados de extorsão, permanecerão presos durante o processo. Até as 19 horas de hoje, os três investigadores do Denarc ainda não tinham sido libertados do Presídio Especial da Polícia Civil. Estavam à espera da chegada do alvará de soltura. Mantida a decisão, os policiais responderão ao processo em liberdade.

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