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MPE usará grampo para processar líderes da facção

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Por Marcelo Godoy
Atualização:

Os diálogos de Carla Patrícia de Andrade, a Carlinha, e de seu namorado, Washington da Nova Holanda, se transformaram em uma das principais provas do Ministério Público Estadual para processar a cúpula do PCC pela primeira vez sob a acusação de tráfico de drogas . As conversas entre os dois foram gravadas em 2006 e eram mantidas em sigilo até agora. Washington, que pertence ao Comando Vermelho, estava preso no complexo de Bangu, no Rio. Logo no primeiro telefonema, ele pede que Carla lhe dê o "papo reto", conte no que ela está envolvida. Ela, então, revela como funciona o esquema de tráfico de drogas controlado pela cúpula: o chamado bicho-papão. Além disso, eles discutem sobre a caixinha do PCC, cujo dinheiro serve para manter o Expresso 15,3,3 - os ônibus mantidos pela facção para levar familiares de presos ao interior nos dias de visita -, a compra de cesta básicas e a ajuda financeira prestada pela organização aos filhos de seus integrantes. Nesses diálogos, Carlinha diz manter contato com Cíntia Giglioli, mulher do líder máximo da organização, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, além de apontá-lo como principal responsável pelas ações da organização. Carlinha foi denunciada sob as acusações de formação de quadrilha, tráfico de drogas, associação para o tráfico e porte ilegal de armas. Eduardo Leme, advogado de Carlinha, negou que ela traficasse drogas e criticou a denúncia do Ministério Público Estadual, que a acusou ainda de porte ilegal de armas. "A acusação de associação para o tráfico é discutível, mas ela não foi pega com drogas e não poderia ser denunciada por tráfico. E ela foi presa antes da apreensão das armas."

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