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MPL volta atrás e remarca manifestação em Salvador neste sábado

Percurso do protesto, no entanto, não envolverá a Arena Fonte Nova, onde ocorrerá a partida entre Brasil e Itália

Por Tiago Décimo
Atualização:

Texto atualizado às 21h40

 

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SALVADOR - Pouco mais de uma hora depois de anunciar, por meio das mídias sociais, que não promoveria uma manifestação neste sábado, em Salvador, o Movimento Passe Livre (MPL) voltou atrás e agendou uma caminhada, amanhã. O trajeto previsto, porém, não envolverá a Arena Fonte Nova, onde ocorre, às 16 horas, a partida entre Brasil e Itália.

Segundo a página do grupo no Facebook, o trajeto para a manifestação será entre a Praça do Campo Grande - mesmo local usado pelo grupo para fazer a concentração da manifestação na quinta-feira - e o Iguatemi, local no qual houve uma passeata na segunda-feira. Pelo menos outras três manifestações estão sendo organizadas, por meio das mídias sociais, na cidade.

O governador Jaques Wagner lamentou a depredação dos protestos da quinta-feira e os confrontos entre PMs e manifestantes, mas defendeu a ação da polícia e prometeu reforçar a segurança na cidade, em especial nos arredores do estádio. "Nossa polícia é altamente experimentada na atuação em grandes eventos, nosso carnaval é muito elogiado, no mundo, por isso", argumentou.

O saldo dos confrontos e dos atos de vandalismo foi de dois policiais e 44 civis feridos, entre eles um homem baleado e uma mulher com uma fratura na perna. Três ônibus foram incendiados, outros três (entre eles dois que serviam à comitiva da Fifa) apedrejados, quatro viaturas da Polícia Civil e dois carros de passeio danificados. Três agências bancárias e cinco lojas tiveram fachadas quebradas - uma delas foi saqueada. Dezenas de equipamentos públicos, como pontos de ônibus, banheiros químicos, telefones públicos, placas de sinalização de trânsito e lixeiras) foram depredados.

Por outro lado, Wagner prometeu investigar "todas as acusações de abuso" por parte da força policial. Vídeos registrados pela população e divulgados na internet mostram, por exemplo, um policial militar atirando para o alto, no meio dos manifestantes, de dentro de um carro do governo do Estado. "Já identificamos o veículo, que estava sendo usado pela PM, e vamos identificar os ocupantes", prometeu.

'Quebra-quebra é contra a democracia'. Em seu primeiro pronunciamento após o confronto de quinta-feira, o governador cobrou foco nos protestos, afirmou que os atos violentos "atrapalham a democracia".

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Wagner disse que "se empolga" com "o despertar para a cidadania da juventude", lembrou de manifestações das quais participou, quando era estudante e depois de ingressar no sindicalismo, mas cobrou uma pauta de reivindicações dos manifestantes.

"É preciso mostrar claramente quais são as reivindicações, para que possamos ir à mesa negociar", argumentou. "Para ir às ruas, a população precisa ter uma bandeira concreta para pressionar. Acho que o grito dessa manifestação foi 'melhora Brasil'. Esse grito já foi dado. Agora, precisamos das pautas."

Segundo o governador, a violência registrada nos confrontos põe em risco a proposta da manifestação. "Esse rio não corre para um caminho bom", avalia. "Quero fazer um apelo para esses jovens que despertam para a cidadania, para que as manifestações não sirvam de guarda-chuva para quem não tem apreço à democracia. Porque quem está lá para promover quebra-quebra está contra a democracia, que é nossa maior joia."

 

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