MST planeja invasões após trégua eleitoral

Suspensas desde o início de maio para não prejudicar a campanha de candidatos do PT, ocupações serão retomadas com mais intensidade

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Por José Maria Tomazela
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O Movimento dos Sem-Terra (MST) e outros grupos de luta pela reforma agrária esperam o fechamento das urnas no segundo turno para iniciar uma nova ofensiva no campo. As invasões, suspensas desde o início de maio para não prejudicar a campanha de candidatos do PT, serão retomadas com mais intensidade.O MST, que aderiu à candidatura de Dilma Rousseff (PT), espera que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva resgate parte da promessa não cumprida de assentar 1 milhão de famílias até dezembro. Segundo a direção nacional, 80% das desapropriações ocorridas nos dez últimos anos devem-se às invasões.Os movimentos sociais farão um esforço para retomar a mobilização no campo. De janeiro a julho, segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), da Igreja Católica, houve 131 ocupações em todo o Brasil, ante 200 ocorridas no mesmo período de 2009. O número de famílias mobilizadas caiu de 18,4 mil para 11,1 mil e a formação de novos acampamentos, de 22 para 12. Na mobilização mais recente, o "abril vermelho", 72 propriedades foram invadidas. A partir de maio, as ocupações minguaram. O MST justifica que, durante o período eleitoral, as ações reivindicatórias perdem a eficácia. Também informa que as lutas vão seguir o calendário já definido, independentemente do resultado das eleições.No Estado de São Paulo, que desde 2009 lidera o ranking de invasões no País, acampamentos que estavam às moscas voltaram a receber sem-terra. Na região de Iaras, novos grupos desembarcaram no último fim de semana no acampamento Rosa Luxemburgo. Eles miram 40 mil hectares que seriam terras da União. São áreas ocupadas por fazendas como a Santo Henrique, da Cutrale, que foi invadida no fim de 2009 e teve 12 mil pés de laranja destruídos.

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