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MT: rapaz confessa ter matado trio

Disse à polícia que só planejava assaltar servidores da federal

Por Nelson Francisco
Atualização:

As Polícias Federal e Civil de Mato Grosso apresentaram, no início da noite de ontem, o desempregado Wilson Francisco da Silva, de 34 anos, conhecido como Russo, como suspeito de matar três servidores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), no dia 27 de novembro, em Rondonópolis. Em depoimento, ele afirmou à polícia que planejava assaltar o trio. A Justiça já decretou a prisão preventiva de Russo. Sem ter vínculo nenhum com a universidade, ele foi apontado como suspeito dos assassinatos a partir de informações obtidas das testemunhas ouvidas no inquérito. O delegado regional, João Pessoa Filho, disse que o suspeito confessou a autoria dos crimes em depoimento. Russo, no entanto, apresenta versões contraditórias. "Ele confessa, mas, ao promotor de Justiça, nega", conta Filho. Para o delegado, o caso é "complexo e delicado" e, por isso, requer cuidados especiais das Polícias Federal e Civil. Apesar da prisão e da confissão, o delegado enfatiza que a Polícia Civil não garante que Russo seja o autor do triplo homicídio. Segundo ele, a prisão do suspeito se deu porque há indícios da participação nos crimes. "A prisão visa à comprovação ou não. A polícia não descarta nenhuma linha de investigação: os motivos e a arma do crime ainda não foram identificados", explicou o delegado. A investigação aposta em três hipóteses - latrocínio, crime passional e queima de arquivo. Após o crime, veio a público a informação de que a pró-reitora do câmpus de Rondonópolis, Soraiha Miranda de Lima, de 41 anos, estaria apurando possíveis irregularidades administrativas. Relato de estudantes revelou que a professora havia sido ameaçada por um homem que invadiu sua sala em busca de um dossiê. Soraiha também foi vítima de um atentado, quando afrouxaram as rodas da frente de seu veículo, antes de uma viagem para Cuiabá. O triplo assassinato chocou Rondonópolis. Além da pró-reitora, foram mortos a tiros o prefeito do câmpus, Luís Mauro Pires Russo, de 44 anos, e o professor paulista do curso de Zootecnia Alessandro Luís Braga, de 33. O crime ocorreu por volta das 2 horas do dia 27, na frente da casa da Soraiha, quando os três voltavam de Cuiabá.

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