Summit Mobilidade: Mudança de bilhetagem cria mais opções para o usuário

Com dados integrados, será possível determinar onde existe carência, mas a segurança das informações já preocupa

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Por Heraldo Vaz
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Nas estações de ônibus e de metrô, o pagamento em dinheiro e o bilhete de papel vão sendo substituídos pelo uso de cartões de crédito e débito, QR code e recargas por meio de redes sociais. Isso tem sido possível graças à mudança da bilhetagem, passando do modelo eletrônico para uma carteira digital. As informações obtidas com o novo modelo digital oferecem condições para definir políticas públicas destinadas ao setor de transportes públicos. No Summit Mobilidade, a especialista sênior em transporte do Banco Mundial, Ana Waksberg Guerrini, disse que, com os dados integrados dos usuários, será possível determinar onde existe carência e a necessidade de outras opções.

Bilhete único movimentaaté R$ 10 bilhões ao ano, em SP Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A especialista em inovação governamental e mobilidade urbana Daniela Swiatek afirmou que é preciso regulamentar e proteger o uso desses dados, enfatizando que, nos Estados Unidos, “o poder público tem responsabilidade legal de protegê-los”.

Luiz Renato Mattos, CEO e cofundador da Onboard, destaca a evolução da tecnologia, dizendo que, em questão de segurança, a digital está um passo além da bilhetagem eletrônica, um serviço que tem mais de 20 anos.

“Especificamente, 17 anos no caso do bilhete único, cuja segurança foi estressada num sistema do porte de São Paulo, onde movimenta de R$ 7 a 10 bilhões por ano” afirmou Mattos, ao comentar que “o bilhete único sofre uma fraude conhecida de R$ 180 milhões por ano.” Outro ponto enfatizado por ele é a carteira digital ser uma ferramenta de inclusão social, usada por quem tem smartphone, mesmo sem conta em banco.

Rodney Freitas, CEO da Autopass S/A, ao falar das operações realizadas na região metropolitana de São Paulo, calculou que “35% dos nossos clientes não têm acesso a nenhum banco”.

Pedágio urbano

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Facilitar o acesso dos usuários, principalmente os de baixa renda, deve ser um dos principais objetivos do novo modelo, acrescentou a especialista em transporte do Banco Mundial. Para Ana Guerrini, as inovações também possibilitam a cobrança de pedágio urbano, em horários e locais diferentes, para financiar melhorias no transporte público. 

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