Mudança no piscinão leva a ocupação de favela

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Por Agencia Estado
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A transformação do Piscinão de Ramos em área ambiental é a grande causa da ocupação, pela Polícia Militar, da favela Roquete Pinto, em Ramos, zona norte, a primeira iniciada durante o governo de Benedita da Silva (PT). A operação foi iniciada, na noite de ontem, e marcada pelo assassinato do estudante de informática Manoel Rodrigo Raibott Labre, de 22 anos, com dois tiros de fuzil, no mesmo bairro. Ele e o amigo Paulo Fernando Costa e Silva, de 36, atingido na perna direita, foram baleados por ladrões que estavam em um Monza e queriam roubar o carro do estudante, um Pálio. "A mudança de status do piscinão causou uma certa tensão, porque o público vai variar muito, ainda mais quando o Circo Voador começar a funcionar", disse o coronel César Rubens Monteiro de Carvalho, comandante do 22.º Batalhão e responsável pela ação. "A operação visa, principalmente, a promover maior segurança para o pessoal da favela e das redondezas do piscinão, agora que a governadora vai torná-lo parque ambiental." O Circo Voador, ainda em construção, inclui-se no processo de mudança por que passa o piscinão, que além de quadras esportivas passará a oferecer aos moradores da região projetos sociais, culturais e educativas, com supervisão da ong Viva Rio. Haverá cursos de jardinagem, criação de uma Fazenda Marinha, com recifes artificiais para estimular a pesca, e tele-salas para capacitação de jovens e adultos. "Essa ocupação é parte de um grande projeto de valorização da vida e de garantia da ordem social no Estado democrático", disse o tenente-coronel Ubiratan Ângelo, assessor do secretário estadual de Segurança Pública, Roberto Aguiar. "Essa presença da polícia estava prevista. Na semana que vem, o secretário anunciará outras áreas em que ela ocorrerá", acrescentou. A operação começou na noite de quarta-feira, com homens da PM e da polícia civil. Durante a madrugada, os policiais prenderam Rubens da Silva de Freitas, de 38 anos, que portava uma escopeta calibre 12. De acordo com a polícia, Freitas já tem cinco passagens pela polícia. No auge da operação, 70 policiais, inclusive do Batalhão de Operações Especiais (Bope), estiveram na favela. O coronel Carvalho disse que a polícia manterá no local 30 homens durante o dia e 50 à noite, por tempo indeterminado. Mesmo sendo essa a primeira ocupação de uma favela durante a gestão Benedita, o coronel negou ter recebido instruções específicas do governo do Estado. "Estamos seguindo as mesmas orientações do governo anterior. Respeitamos as leis e o Código Penal."

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