Muita confusão com mudanças nos ônibus em SP

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Por Agencia Estado
Atualização:

Ônibus lotados, muito de espera nos pontos ? em alguns casos, horas -, filas para embarcar nos terminais e pouquíssima informação. O que era para ser uma espécie de preparativo da maior transformação no sistema de transporte coletivo já realizada em São Paulo tornou-se uma prévia dos problemas e confusões que os paulistanos deverão, muito provavelmente, enfrentar na segunda-feira. O primeiro dia com 226 linhas canceladas e início de novas rotas só não foi pior porque aos sábados o número de passageiros é equivalente a 30% do total transportado nos dias da semana. Com a falta de informação, perueiros clandestinos aproveitaram para operar linhas que foram canceladas pela SPTrans. Nos terminais mais movimentados da zona leste, o de São Mateus e Cidade Tiradentes, os ônibus chegavam e saíam lotados. Muitos passageiros acabaram ficando horas nos pontos. No início da manhã, quem passava pelas catracas do Terminal Cidade Tiradentes recebia um folheto com as alterações no sistema. O texto explicativo dizia que "a oferta de transporte será maior, não haverá sobreposição de linhas e o tempo de espera nos pontos deve reduzir". A Prefeitura explica que as mudanças são para evitar sobreposição de linhas e promover um equilíbrio na oferta de veículos, e são apenas a primeira etapa da nova Rede Interligada no transporte público . Nas plataformas, os lotações que traziam passageiros do bairro - com as mudanças, eles passaram a operar dentro do terminal - chegavam lotados. A dificuldade era a mesma para embarcar nos ônibus. Nos pontos da Avenida dos Metalúrgicos, passageiros esperavam. Reclamavam da falta de informação. Peruas clandestinas aproveitaram para circular nas linhas que foram modificadas. No Terminal São Mateus, os ônibus circulavam lotados. Uma das maiores filas era para a linha 374T (Cidade Tiradentes-Metrô Paraíso). A poucos metros, os lotações que fazem a linha 4L23 (São Mateus-Metrô Carrão) - canceladas pela SPTrans - continuavam operando. "As cooperativas ainda não nos deram uma posição definitiva e por isso vamos continuar trabalhando", disse o perueiro Wanderley Maciel, de 34 anos, que trabalha no ponto há cinco anos. No Jardim Miriam, perueiros lucravam com o cancelamento de três linhas da região. "Na sexta-feira, minha mulher avisou que várias linhas iriam ser canceladas. E eu não sou besta", disse o motorista Alvarenga de Jesus, dono de uma van branca. "Sei que não tenho alvará para trabalhar, mas estou só fazendo um favor à população e à Prefeitura." Folhetos Carlos Antônio, fiscal da SPTrans, ficou o dia inteiro distribuindo os folhetos à população. Ele admitia que não sabia explicar direito as mudanças. "Se uma pessoa perguntar que ônibus ela pode tomar, eu mando ela perguntar para as outras pessoas que estão no ponto. Para você ter uma idéia, não sei qual ônibus eu preciso pegar para voltar para minha casa." Na zona-oeste, o fiscal da Viação Castro Charles Jackson da Silva disse que a empresa informou, por meio de cartazes e panfletos, sobre as mudanças. "Só quem não procurou se informar é que não ficou sabendo." A empresa assumiu a operação de duas linhas em substituição à antiga Rio Pequeno-Lapa, antes operada por perueiros.

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