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Mulher de Fusca invade palácio do governo de MG

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma mulher de 56 anos, dirigindo um Fusca, lançou o carro, nesta tarde, contra o portão principal do Palácio da Liberdade, sede do governo mineiro, na Zona Sul de Belo Horizonte. Segundo a Polícia Militar, Elza Maria Chagas Astolfi, de 56 anos, bateu o veículo contra o portão de ferro, que fica de frente para a Praça da Liberdade, por volta das 15h. Com o impacto, que entortou o portão, ela venceu o obstáculo e só parou a pouco metros do hall de entrada do Palácio. Elza não ficou ferida, mas foi levada para o serviço de atendimento médico do Palácio. No caminho, desmaiou e foi encaminhada ao Pronto Socorro do Hospital João XXIII, no centro. A "terrorista" levava um bilhete com os dizeres "Socorro! Estou sozinha neste mundo, me ajude, Itamar, pelo amor de Deus!" No hospital, onde fez exames de raios-X e tomou calmantes, ela contou aos médicos que, desperada por problemas financeiros, quis apenas chamar a atenção do governador Itamar Franco (PMDB) - que, curiosamente, teve como uma das marcas de sua passagem pela presidência da República, entre 1992 e 1993, o projeto de volta da produção do Fusca, pela Volkswagen. Elza disse que está desempregada e não tem recursos para custear o tratamento do marido e de um filho, que estariam bastante doentes. Além disso, uma filha teria problemas de saúde. No momento do incidente, Itamar não estava no Palácio da Liberdade, onde também acontecia uma manifestação de servidores estaduais da Educação, em greve há pouco mais de um mês. Um grupo de professoras grevistas completou a cena, quase surreal, do arremesso do fusca contra o portão: vestidas de preto, com véus sobre o rosto e velas acesas nas mãos, elas caminhavam pela calçada e entoavam uma ladainha, suplicando ao governador o atendimento às reivindicações da categoria. Por sorte, ninguém ficou ferido. O carro de Elza, de placas GND-1307, foi retirado do local. A motorista, que não integra o magistério mineiro, ficaria em observação no Pronto Socorro por cerca de oito horas e, em seguida, seria levada à Delegacia de Trânsito da capital para prestar depoimento. A PM informou que ela poderá responder a inquérito por "crime contra o Patrimônio Público". Itamar, que passou a tarde no Palácio das Mangabeiras, residência oficial do governador, não havia se manifestado sobre o caso até o final da tarde.

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