Mulher de prefeito de Campinas diz querer ''colaborar'' com caso

Apontada como chefe do esquema de corrupção, Rosely Nassim procurou promotores e deve voltar hoje para dar depoimento

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Por Tatiana Favaro e CAMPINAS
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A primeira-dama e secretária-chefe de Gabinete de Campinas, Rosely Nassim Jorge dos Santos, apresentou-se espontaneamente na tarde de ontem ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público do Estado de São Paulo que investiga suposto esquema de corrupção, fraudes em licitações e desvios de recursos públicos.Rosely é apontada como centro da organização criminosa que teria desviado R$ 615 milhões dos cofres públicos. Promotores querem sua prisão. A mulher do prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT), o Dr. Hélio, deve voltar hoje ao Gaeco para prestar depoimento. Rosely não deu entrevistas. A primeira-dama conseguiu habeas corpus para não ser submetida a medidas coercitivas, como prisão, durante as investigações. Desde segunda-feira, ela está em férias. Segundo a Prefeitura de Campinas, o descanso já estava programado. Aos promotores, ela entregou petição em que se coloca à disposição do Ministério Público "quantas vezes necessário for para colaborar com a marcha processual".A defesa alega que a Procuradoria Geral de Justiça afirmou ao TJ que não há suspeitas sobre Dr. Hélio. O advogado Eduardo Carnelós, que defende Rosely, classificou como "imoral, indecente" as acusações contra sua cliente. Segundo Carnelós, "querem atingir politicamente o prefeito de Campinas". A Promotoria reagiu e considerou "inaceitável" o que chamou de tentativa de atribuir ao Ministério Público atos abusivos e arbitrários. Lobistas. Ontem também se apresentou à Justiça o empresário Maurício Manduca, apontado como lobista do suposto esquema de corrupção e considerado foragido após ter prisão decretada no último dia 20, quando a megaoperação da polícia e do Ministério Público prendeu 11 suspeitos de participação no suposto esquema de Campinas.Na segunda-feira, outro empresário, Emerson Geraldo de Oliveira, depôs no Gaeco. Oliveira e Manduca seriam a ponte entre prefeitos e empresários envolvidos na organização. Seus nomes vieram à tona em setembro, quando foi deflagrada a primeira fase da operação.

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