Mulher mata ex-colega para conseguir vaga de trabalho

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Por Agencia Estado
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"Carol, esquece essa vaga. Só vai ter um espaço para você na empresa se morrer alguém", disse, em tom de brincadeira, em junho do ano passado, um gerente da empresa Petrocoque, distribuidora de petróleo em Santos, no litoral de São Paulo, à administradora de empresas Carolina de Paula Faria dos Santos, de 22 anos. A moça foi presa ontem acusada de assassinar uma colega e tentar matar outra. Carolina confessou à polícia que, logo depois de ouvir o comentário do gerente, tramou como conquistaria a cadeira pretendida: assistente de planejamento financeiro. Em setembro, ela tentou seqüestrar e matar a mulher do gerente, cujo nome não foi revelado. No ataque, usou o Corsa branco do marido. Disse que estava apaixonada pelo gerente e faria qualquer coisa para voltar a trabalhar na Petrocoque. A vítima conseguiu fugir do seqüestro e não foi ferida. Mas Carolina não desistiu do plano de voltar à empresa. Passou a ligar para o celular da colega Renata Borelli, de 24 anos, que ocupava a função de assistente de planejamento financeiro. "Ela pedia: você me indicaria para seu lugar se saísse da empresa?", contou Renata. As insistentes ligações acabaram virando ameaças de morte. "Ela e outros criminosos começaram a me ligar dizendo que, se eu continuasse a trabalhar lá, morreria." No dia 18 de novembro, Carolina cumpriu a promessa e tentou fazer a segunda vítima. Ela pegou emprestado o Celta de um parente e contratou, por R$ 3 mil, dois bandidos conhecidos de um primo. Os acusados, Edson Siqueira dos Santos, o Kimbal, de 25 anos, e Aislan Dionísio do Nascimento, de 24, interceptaram o carro de Renata no quilômetro 34 da Rodovia Anchieta e dispararam cinco vezes. Apenas um tiro atingiu a vítima, no ombro. Renata, então, entrou em licença para se recuperar. Quem ocupou sua cadeira foi Mônica Torres Cruz de Almeida, de 42 anos, que havia acabado de voltar da licença maternidade. Foram apenas nove dias de trabalho. Às 6 horas de 29 de dezembro, Carolina pegou o Corsa do marido e foi até a casa de Mônica, na Ponta da Praia, em Santos. Esperou a vítima chegar ao ponto de ônibus e acelerou. Nascimento disparou cinco vezes e matou a mulher. "Como uma pessoa tem coragem de matar uma mãe de duas crianças e um bebê?", perguntou Renata. O homicídio e a tentativa de homicídio qualificados foram esclarecidos ontem pelo Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra) de São Bernardo do Campo. À tarde, os 18 policiais que participaram da investigação localizaram o primo de Carolina, Rodolfo Queiroz dos Santos. "Eu não tinha coragem de matar, só de ameaçar. Por isso, chamei Aislan e Kimbal", disse Carolina. Logo depois, foram presos Carolina e Kimbal. A polícia ainda procura Nascimento e Everton Andrade, de 19 anos, que também fez as ameaças a Renata, hoje afastada da empresa.

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