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Mulher mata marido, e polícia acha arsenal

Vítima, atingida por tiro na testa, teria abusado da cunhada de 10 anos

Por Andressa Zanandrea e Marcela Spinosa
Atualização:

A autônoma M.S.F., dede 25 anos, matou o marido, o restaurador de antigüidades M.M.B., de 44, com um tiro na cabeça, na tarde de anteontem, enquanto ele dormia em casa, na Rua André Saraiva, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo. Em seguida, ligou para a polícia e confessou o crime. Em depoimento, ela afirmou que cometeu o crime porque havia descoberto, cinco dias antes, que ele tinha abusado da irmã dela quando a menina tinha apenas 10 anos. Hoje a garota, que mora no litoral, tem 14. No imóvel em que o casal vivia a polícia encontrou um arsenal, incluindo armas de uso exclusivo das Forças Armadas - a acusada disse à polícia que o marido era colecionador. M.S.F. está presa e será indiciada por homicídio duplamente qualificado. O assassinato ocorreu por volta das 16h30 de anteontem, no quarto do casal. M.S.F. usou uma das armas da coleção do marido, uma pistola calibre 380. Ele levou um tiro na testa e foi encontrado na cama deles, coberto e deitado de lado. No dormitório ao lado, havia armas de diversos calibres, além de três cheques que, juntos, ultrapassam os R$ 3 mil; R$ 5.252 em espécie e dois celulares. A mulher ligou para a polícia cerca de dez minutos depois de matar o marido. Ela foi presa enquanto segurava uma foto do casal. Levada ao 34º DP, contou que perdeu a cabeça quando descobriu que ele havia abusado manteve da irmã dela. "Teria acontecido várias vezes. Mas não se sabe se este foi o fator preponderante para a prática do homicídio", disse o delegado André Luiz Antiqueira, , que não conseguiu confirmar a denúncia. Outra hipótese diz respeito à descoberta de que o marido pretendia deixá-la. M.S.F. disse à polícia que, pressionado por ela durante uma briga na tarde de anteontem, o restaurador teria dito que estava interessado em outra mulher e não queria mais viver com ela. Um terceiro motivo também será investigado. A mãe do restaurador, segundo a polícia, morreu há menos de um ano e teria deixado uma fortuna como herança. Entre os bens, estão jóias e um imóvel vendido por cerca de R$ 1,5 milhão no Alto de Pinheiros. Aos policiais, ela comentou que tinha ficado ao lado dele enquanto era pobre e, agora que estava rico, não poderia ser abandonada. Eles eram casados havia seis anos e não tinham filhos. Até ontem, M.S.F. não havia demonstrado remorso pelo crime. "Ela entrou em estado de choque", afirmou Antiqueira. No fim da tarde, foi transferida para o 97º DP (Americanópolis) e seria levada hoje para a Penitenciária Feminina de Santana. A acusada vai responder por homicídio qualificado por motivo torpe e com impossibilidade de defesa da vítima. A pena varia de 12 a 30 anos.

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