Laudo aponta indício de violência sexual contra mulher morta por Lázaro, o 'serial killer do DF'

Corpo de Cleonice Marques, de 42 anos, foi encontrado de bruços, sem roupas, em um córrego

PUBLICIDADE

Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA - Laudo divulgado pela Polícia Civil de Goiás aponta indício de violência sexual no caso de uma mulher morta em Ceilância (DF). O crime é atribuído a Lázaro Barbosa, de 32 anos, conhecido como "serial killer" do Distrito Federal. O homem foi morto com 38 tiros na segunda-feira, 28, após ser caçado durante 20 dias pela polícia. O corpo de Cleonice Marques, de 42 anos, foi encontrado de bruços, sem roupas, em um córrego, a 8 km da chácara onde ela morava com o marido e dois filhos, também assassinados. A mulher teve uma orelha decepada antes de ser morta. 

Conforme o laudo, divulgado na tarde desta terça-feira, 29, a mulher foi morta com um disparo de arma de fogo na cabeça. O delegado-chefe da 24ª Delegacia de Polícia do Setor O/Ceilândia, Raphael Seixas, disse que o laudo mostra indícios de violência sexual, mas a confirmação do estupro depende da análise dos vestígios biológicos colhidos no corpo. O exame deve apontar também se o padrão genético desse material é compatível com o DNA de Lázaro. O resultado deve sair ainda esta semana. 

Montagem com possíveis disfarces de Lázaro Barbosa divulgada durante as buscas Foto: Polícia Civil/Divulgação

PUBLICIDADE

No dia 9 de junho, três dias antes de ser encontrado o corpo da mulher, o "serial killer" matou a tiros e facadas o marido de Cleonice, Claudio Vidal, de 48 anos, e os filhos dela, Gustavo, de 21 anos, e Carlos Eduardo, de 15. Segundo o delegado, a autoria desses crimes já ficou comprovada, pois foram encontradas impressões digitais de Lázaro na porta de vidro da casa das vítimas.

A motivação para os crimes ainda é desconhecida, mas o delegado não exclui a possibilidade de a família ter sido morta por mais de uma pessoa, por interesses imobiliários. Os familiares já haviam sido assaltados no dia 17 de maio. Segundo o policial, é preciso esclarecer a origem da quantia de R$ 4,4 mil encontrada com o criminoso. Há suspeita de que ele fosse uma espécie de jagunço, pago para intimidar ou assassinar proprietários ou posseiros de terras em Cocalzinho. A região tem histórico de conflitos fundiários.

O fazendeiro suspeito de ajudar o "serial-killer" a fugir da polícia, Elmi Caetano Evangelista, de 73 anos, foi formalmente indiciado nesta quarta-feira, 30, pela suposta cumplicidade com o criminoso e, também, por porte ilegal de arma. Em depoimento, Elmi negou envolvimento com Lázaro. O inquérito está em segredo de Justiça. No início da noite desta quarta, o corpo do criminoso continuava no Instituto Médico-Legal (IML) de Goiânia, sem ter sido retirado pela família para o sepultamento.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.