Mulheres de presos protestam contra regime diferenciado

Detentos ligados ao PCC mantém greve de fome no presídio

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Por Agencia Estado
Atualização:

Mulheres de presos do Centro de Readaptação Penitenciária (CRP) de Presidente Bernardes, no interior de São Paulo, fizeram neste domingo, 12, manifestação de protesto contra as condições de carceragem do presídio. Com faixas e cartazes, cerca de 30 mulheres, se dizendo "esposas dos detentos injustiçados" se reuniram por cerca de duas horas na frente do presídio. Elas acusaram o governo do Estado de manter o regime de detenção semelhante aos adotados nos campos de concentração. "Isso aqui é uma afronta à lei; nossos maridos não podem continuar vivendo em condições desumanas", disse uma delas, por telefone, que pediu para não ser identificada. De acordo com a mulher, "o regime está fazendo com que os detentos, sejam transformados em monstros". No CRP é mantido o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), que funciona como castigo a detentos indisciplinados e de altíssima periculosidade. Parte dos tribunais considera o regime inconstitucional. Nesta segunda-feira, 13, completa uma semana a greve de fome de 42 detentos do CRP, todos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), entre eles Marcos Willians Camacho, o Marcola, apontado como líder máximo e outros cinco integrantes da cúpula da facção. Outros 14 detentos, quatro do PCC e 10 de outras facções também cumprem pena no presídio, mas não estão em greve. Neste domingo, os presos voltaram a recusar as refeições, mas nenhum deles apresentou problemas de saúde. Agentes dizem que entre 15 e 20 deles estão furando a greve, ao se alimentar com açúcar e bolachas guardadas nas celas. Agentes do serviço de inteligência da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) anunciaram ter fotografado a mulher de Marcola, Cíntia Giglioli, entre as manifestantes. Cíntia estaria usando uma peruca para se disfarçar.

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