Museu Nacional, no Rio, ganha esqueleto de baleia com mais de 15 metros

Peça doada por ONG para recompor acervo da instituição, destruída em incêndio em 2018, pode ser vista em exposição na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca

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Por Roberta Jansen
Atualização:

RIO - O esqueleto de uma baleia-cachalote (physeter macrocephalus) com mais de 15 metros de comprimento foi doado ao acervo do Museu Nacional, no Rio, parcialmente destruído em um incêndio em 2018. “A chegada da baleia-cachalote permite que o museu explore temas e desenvolva inúmeras pesquisas relacionadas à biodiversidade”, afirmou o diretor da instituição, Alex Kellner.

A peça, doada pela ONG Aquasis para a recomposição do acervo, já pode ser vista na Cidade das Artes, que fica na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, na exposição Que baleia é essa?. O Museu Nacional só deve ser reaberto em 2027.

Esqueleto de uma baleia-cachalote doado ao Museu Nacional está em exposição na Cidade das Artes, no Rio. Foto: Museu Nacional-UFRJ/Divulgação

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“O esqueleto doado à instituição tem uma importância ainda maior pela forma como chegou até nós, como mais uma conquista da campanha #Recompõe, lançada em 2021, voltada para a recomposição do acervo do museu", disse Kellner. "O objetivo continua sendo o de sensibilizar museus, instituições de pesquisa, diferentes coletividades representativas da nossa sociedade e colecionadores de todo o mundo a doarem peças originais.”

A baleia-cachalote se tornou muito conhecida (e temida) depois que o escritor americano Herman Mellville lançou o clássico Moby Dick, em 1851, sobre a busca do capitão Ahab pela gigante que lhe arrancara uma perna. 

O esqueleto montado no Rio é de um animal adulto, do sexo masculino, medindo 15,7 metros, que encalhou na praia de Curimãs, município de Barroquinhas, no Ceará, em janeiro de 2014. A exposição na Cidade das Artes conta ainda com duas vitrines com os dentes da baleia, seu ouvido interno e um modelo da baleia em vida.

O esqueleto montado no Rio é de um animal adulto, do sexo masculino, medindo 15,7 metros, que encalhou na praia de Curimãs, município de Barroquinhas, no Ceará, em janeiro de 2014. Foto: Museu Nacional-UFRJ/Divulgação

O incêndio

Fundado por D. João VI em 1818, o Museu Nacional funcionava na antiga residência oficial dos imperadores brasileiros. A construção fica na Quinta da Boa Vista, hoje um parque em São Cristóvão, na zona norte carioca. Desde 1946, é vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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Na noite de 2 de setembro de 2018, o fogo destruiu totalmente o prédio da sede do museu. Praticamente todo o acervo – 12 mil peças – foi reduzido a cinzas. Um inquérito da Polícia Federal concluiu que o incêndio foi resultado de um curto-circuito em instalações de refrigeração de ar. A previsão orçamentária para a recuperação de todo o museu é de R$ 385 milhões. 

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