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Museu Nacional queimou por mais de seis horas, dizem bombeiros

Bombeiros estão trabalhando agora no resfriamento das estruturas; ainda há focos de fumaça

Por Roberta Pennafort
Atualização:

RIO - O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro informou nesta segunda-feira, 3, que o incêndio no Museu Nacional durou mais de 6 horas. Iniciado por volta das 19h30 de domingo, 2, o fogo durou até por volta de 2 da manhã desta segunda-feira, 3. Após o exaustivo combate às chamas, prejudicado pela falta de água nos hidrantes da instituição, iniciou-se ainda de madrugada o trabalho de rescaldo, que deve durar mais de dois dias.

Bombeiros realizam o trabalho de resfriamento das estruturas do Museu Nacional do Rio de Janeiro Foto: THIAGO RIBEIRO/ESTADÃO

Esta etapa foca no resfriamento das estruturas, que são encharcadas para que eventuais focos de fogo sejam combatidos. Ainda épossível ver fumaça em alguns pontos. Equipes de cinco quartéis estão no local. Quem coordena a operação é o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Roberto Robadey. A possível causa do início do incêndio ainda não foi divulgada. No entanto, o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, afirmou ao Estado que há duas possibilidades sobre as causas do incêndio em investigação: o fogo pode ter sido causado por um balão ou por um curto-circuito.

Vista do Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, na zona norte do Rio, após o incêndio de grandes proporções ocorrido na noite do domingo, 02 Foto: Thiago Ribeiro/Estadão

Por ora, não há risco de desabamento do prédio, que é do século 19 e vinha com manutenção falha havia décadas. Segundo os bombeiros, a fachada é bastante espessa.  Ainda segundo a corporação, se houver algum tipo de desabamento, ele deve acontecer na parte interna do edifício. 

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"Dois hidrantes, mais próximos, estavam sem carga (força) e pedimos para a Companhia Estadual de Água e Esgotos (Cedae) desviar água para cá. Neste momento, temos a garantia de que não faltará água. Há muito material combustível com muita madeira no piso do prédio. Além disso, há muito material inflamável, muito animal com álcool e isso dificulta o trabalho", explicou um oficial dos bombeiros na noite de domingo. Só depois de quatro horas de iniciado o fogo a situação da água foi normalizada.

A Cedae afirmou que havia água nos dois hidrantes próximos ao Museu Nacional. Em nota, a Companhia explica que o problema foi a dimensão do incêndio, mas que foram disponibilizados outros hidrantes na localidade da Quinta que abasteceram os carros-pipa que atuaram no local. "Não houve falta d'água em momento algum no local" , informou a Cedae, destacando que a disponibilização de carros-pipa é um procedimento normal quando o incêndio é de grandes proporções, como no caso do Museu. "(Nesses casos) a equipe se apresenta no local para verificar a necessidade de apoio aos bombeiros, seja no envio de carro-pipa ou abastecimento de hidrante. No caso deste incêndio, a Cedae disponibilizou carros-pipa que estão à disposição para uso dos bombeiros, mesmo com a região estando plenamente abastecida", afirmou em nota. A Cedae não soube informar no entanto quem faz a manutenção dos hidrantes, mas garantiu que estavam funcionando, segundo informação dos bombeiros.Pelo telefone a assessoria da empresa explicou que apesar de não haver nenhum problema nos hidrantespróximos ao museu,pelo volume do incêndio era necessário mais pressão na água e velocidade, o que foi contornado com a cessão de outros hidrantes na área "mais 4 ou 6 hidrantes", segundo a assessoria, e a cessão de carros-pipa, que infelizmente não conseguiram evitar a perda de um patrimônio irrecuperável.

Protestos foram convocados para esta segunda-feira, 3, no local.O primeiro acontece às 9 horas da manhã e reunirá docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que é vinculada ao museu. Outros atos devem acontecer às 14 horas e às 16 horas.

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