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Músico do Rappa recebe visita de Caetano Veloso

Por Agencia Estado
Atualização:

Acompanhado pela mulher, a empresária Paula Lavigne, o cantor e compositor Caetano Veloso esteve hoje à tarde no Hospital Copa D?Or para visitar o percussionista do grupo O Rappa, Paulo Sérgio Santos, o Paulo Negueba, que foi atingido por duas balas na madrugada de sábado na favela de Vigário Geral, onde mora. Caetano disse que Negueba lhe contou que os tiros foram disparados pela Polícia. "Estou chocado", declarou Caetano. Abalada, Paula culpou o despreparo da polícia pelo episódio. "A Polícia é tão despreparada que sai atirando. O Paulo é mais um. Todos os dias morre gente em favela", afirmou a empresária, que também se disse chocada. "A gente, pelo menos, que vive na zona sul, tem medo de bandido. Eles têm medo de bandido e de polícia. Eles vivem uma vida realmente infeliz", acrescentou Paula. Caetano é padrinho do projeto social Afro Reggae, de Vigário Geral, onde Negueba começou a tocar percussão, e conhece o músico há anos. O compositor declarou estar assustado com a violência no Rio. "Eu acho trágico. Para mim é terrível que aconteçam de novo coisas assim em Vigário Geral e que um membro do Afro Reggae tenha sido atingido", disse. O cantor afirmou também que é a primeira vez que acontece algo desse tipo com alguém tão próximo dele. Negueba também recebeu visitas de integrantes do Rappa e participantes do Afro Reggae. Segundo o empresário do Rappa, Alexandre Santos, apesar de fraco, Negueba está otimista e brincalhão. Ele foi o segundo músico do grupo atingido pela violência. Em novembro de 2000, o baterista Marcelo Yuka ficou paraplégico, por ter sido baleado numa tentativa de assalto. Novo comandante do Bope Amanhã, o comando-geral da PM anuncia o nome do novo comandante do Batalhão de Operações Especiais, que substituirá o coronel Venâncio Moura, exonerado da função no sábado pela governadora Benedita da Silva (PT). Além do inquérito aberto na 38.ª DP (Brás de Pina), há uma sindicância interna da PM para apurar o caso. Essa investigação poderá se transformar em um Inquérito Policial Militar (IPM). Até ontem, segundo a Secretaria da Segurança Pública, nenhum dos policiais do Bope que participaram da operação em Vigário Geral na noite de sexta foi punido. Moura não estava no local do tiroteio. Apesar de o comandante-geral da PM, coronel Francisco Braz, ter afirmado no sábado que autorizara a ação do Bope, a Secretaria de Segurança Pública informou que, na avaliação do governo, a incursão do Bope na favela foi inadequada e desnecessária, já que o que a motivou foi uma suspeita e não uma situação de risco imediato. A assessoria ressaltou que ainda não há provas de que os tiros que atingiram o percussionista partiram de policiais. As armas dos PMs e a munição recolhida no local onde Negueba foi baleado serão periciadas.

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