Músicos brasileiros fazem sucesso no carnaval europeu

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Por Agencia Estado
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Há cinco anos, o músico André Passarinho participou do concurso "É o Tchan", no programa do Faustão. Entre 1.200 candidatos, ficou em 4º lugar e não levou o prêmio. Frustrado, decidiu partir para a Europa e hoje, assim como os grandes grupos de música no Brasil, conta com o carnaval para projetar-se e aumentar a renda. Está entre os músicos brasileiros que, neste período do ano, são requisitados por boates, associações e clubes para animar carnavais nas principais cidades européias. Ninguém sabe dizer quantos vivem hoje na Europa, mas os próprios instrumentistas apontam que o número vem crescendo, como o interesse pela MPB. No caso de André, o músico já conta com banda, Arrastão, e está prestes a lançar seu segundo CD. Ele ainda conta que já passou pelas cidades de Florença, na Itália, Madrid, na Espanha, e Montreux, na Suíça. "Nessa época, com o carnaval, aparece muita coisa boa", afirma o músico que, nas últimas semanas, tem animado festas em várias cidades suíças e, em março, vai a Montana, uma luxuosa estação de esqui, para tocar samba em uma boate no meio dos Alpes. Outro músico brasileiro na Europa, Écio Parreira, não esconde que os cachês para tocar em bares na Europa são bem melhores que o que recebia quando estava em São Paulo. Parreira, como é conhecido, estudou sociologia na PUC-SP e decidiu largar tudo em 1987. Mudou-se para a Itália com seu cavaquinho. Um ano mais tarde, seguiu para a Suíça, em busca de shows. "Aqui, o dinheiro é bom. Em fevereiro, temos shows garantidos." Uma enquete feita em alguns dos bares de Genebra e Zurique aponta que uma banda pode receber até R$ 4 mil por duas horas de show, durante o carnaval. "A música brasileira sempre atrai novos clientes e dizer que temos uma banda de samba é sempre um motivo a mais para promover nosso bar", afirma um comerciante nas proximidades de Lausanne. Ilegais - A única preocupação dos músicos brasileiros é com imigrantes ilegais, que são instrumentistas ou cantores que acabam sendo explorados pelos proprietários de bares. "Isso afeta de forma negativa os profissionais que querem levar uma boa imagem do Brasil", afirma André. Mas não é apenas o dinheiro que impulsiona a música brasileira na Suíça. Várias cidades européias começam a ver o surgimento de associações culturais brasileiras e até escolas de samba. Uma delas é a Unidos de Lausanne, nos Alpes, que já promoverá desfiles durante o carnaval deste ano.

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