Na 2ª noite do Rio, Salgueiro levanta a arquibancada

Imperatriz Leopoldinense praticamente não errou em seu desfile sobre o bairro de Ramos, enquanto Mangueira e Porto da Pedra deixaram a desejar, com muitos problemas em suas alegorias

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Por Redação
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Tambor empolga no Salgueiro O Salgueiro foi a primeira escola do carnaval a ser recebida aos gritos de "é campeã" pelos setores populares do Sambódromo. A agremiação da Tijuca fez um desfile impecável, com fantasias luxuosas e um samba-enredo - sobre o tambor - que empolgou o público. A bateria foi a protagonista do desfile. Apesar de não ter errado, a escola pode acabar penalizada por um buraco entre a ala tambor primitivo e o carro tambor africano. O carro ficou retido por um semáforo, posicionado de maneira errada. Portela: invenção e coreografias A Portela fez desfile inventivo e cheio de alas com coreografias. A evolução quase perfeita não evitou sufoco. O último carro cruzou a linha de chegada apenas 1 minuto antes do fim do tempo regulamentar. Com o samba na boca do povo, o enredo sobre o amor foi desenvolvido pelos carnavalescos Lane Santana e Jorge Caribé, estreantes. Os aplausos mais fortes foram para comissão de frente, com a lenda do Rei Arthur. O carro com um lobo gigante também arrancou aplausos. Zezé Di Camargo e Luciano desfilaram na escola. Bateria fez bonito na Viradouro Última a passar pela Sapucaí, a Viradouro convocou os orixás para o desfile. A bateria se abaixava de tempos em tempos e deixava em destaque somente os tambores, num efeito que arrebatou a avenida. Os atabaques foram a sensação do desfile. Mas dificilmente a escola chegará ao campeonato: os carros eram pouco inventivos e as fantasias, repetitivas. Porto da Pedra e seus problemas Uma sucessão de problemas no desfile da Porto da Pedra deve tirar o sonho da escola de ficar no Grupo Especial. Praticamente todos os carros alegóricos da agremiação tiveram problemas para entrar na avenida. Ainda na concentração a escola de São Gonçalo teve problemas com o abre-alas, de 60 metros, o que causou o primeiro buraco. Imperatriz: aos 50 e impecável A Imperatriz Leopoldinense comemorou 50 anos, homenageou o bairro de Ramos - sua comunidade - e apresentou um desfile impecável. A alegria dos carnavais antigos e a inocência dos foliões foram retratados com elegância por Rosa Magalhães. O samba agradou ao lembrar personalidades do bairro como Villa-Lobos e Pixinguinha. Mangueira passa inacabada Famosa pelo acabamento perfeito das alegorias, a Mangueira não fez jus à fama. Desfilou carros inacabados, com remendas aparentes e pintura por completar. A escola apresentou sérios problemas financeiros e precisou de mutirão para completar os trabalhos. O enredo foi inspirado no livro O Povo Brasileiro, de Darcy Ribeiro. Índios, negros e brancos desfilaram pela Sapucaí. Contrastando com a pobreza da agremiação, os componentes desfilaram com garra e cantaram o samba. Muitos se emocionaram na apresentação.

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