PUBLICIDADE

Na Assembleia, PT mira pontos fracos de Alckmin

Partido tem a maior bancada da Casa e confronta os tucanos na tentativa de comandar comissões de Segurança e Transportes, focos de crise no governo

Por Lucas de Abreu Maia
Atualização:

Chegou ao fim a trégua entre PT e PSDB na Assembleia Legislativa de São Paulo. Pouco mais de uma semana depois de unirem-se para a eleição da Mesa Diretora da Casa - que reelegeu o tucano Barros Munhoz para a presidência e levou o petista Rui Falcão à primeira secretaria -, os dois partidos deram início à disputa pelas vagas nas comissões permanentes do Legislativo. O PT usa sua bancada de 24 deputados, a maior da Assembleia, como argumento para reivindicar três assentos em cada comissão. Mas o PSDB alega que os petistas têm apenas duas cadeiras garantidas. São 22 deputados tucanos no Legislativo.Mesmo com a maior bancada, os petistas reconhecem que será praticamente impossível conquistar as presidências das principais comissões - Constituição e Justiça e Finanças - e não pretendem abrir mão de controlar as comissões de Transportes e Segurança Pública - áreas que podem causar transtornos ao governador Geraldo Alckmin.O governo paulista enfrenta uma crise interna na segurança, fruto da briga entre os grupos políticos do secretário da pasta, Antonio Ferreira Pinto, e do secretário de Transportes, Saulo de Castro Abreu. Já na Comissão dos Transportes, o PT teria o palco ideal para suas críticas ao regime de concessão de rodovias no Estado. Na semana passada, a oposição fez uma tentativa frustrada de criação de uma CPI para investigar a cobrança de pedágios nas rodovias paulistas.O PT também pretende manter a presidência das comissões de Saúde e Educação - as mesmas que comandou na última legislatura. No biênio 2009-2010, o partido teve de um a dois assentos em cada comissão.Proporcionalidade. De acordo com o princípio da proporcionalidade, estabelecido no regimento interno da Assembleia, a representação de cada partido nas comissões é determinada com base no tamanho das bancadas. Por esse critério, o PT teria direito a 2,8 deputados em cada órgão. Enquanto o PT arredonda o número para cima e afirma ter direito a três assentos, o PSDB arredonda para baixo e diz que apenas duas vagas estão garantidas. A terceira cadeira, segundo os tucanos, será preenchida por critérios políticos.Para os petistas, a questão já está resolvida. "Recebemos uma garantia do presidente (Barros Munhoz) de que a proporcionalidade será respeitada. O PT terá três assentos em cada comissão", disse o líder Ênio Tatto. O partido poderia ceder vagas em algumas comissões, mas a atitude seria "uma cortesia" em eventuais negociações políticas.Entre os tucanos, o discurso é outro. "O cálculo atribui apenas dois assentos ao PT. As vagas excedentes serão negociadas", afirma Célia Leão (PSDB). "O critério é o da proporcionalidade, mas esta também é inegavelmente uma atividade política", diz o líder tucano Orlando Morando.De acordo com o regimento da Assembleia, os líderes dos partidos têm 15 dias a partir do início da legislatura para apresentar os membros das comissões. O prazo acaba na terça-feira.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.