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Na era da Internet, um candidato à moda antiga

Paulo Skaf está espalhando cavaletes pelo Jardim Europa e divulgando seu rosto e seu nome em bicicletas que circulam pelas ruas do bairro

Por Ricardo Chapola
Atualização:

ESTADÃO.COM.BRNa era do Twitter e Youtube, o candidato ao governo de São Paulo pelo PSB, Paulo Skaf, apostou em estratégias antigas de propaganda eleitoral. Em vez de enviar e-mails, postar no microblog e divulgar vídeos, o presidente licenciado da Fiesp está espalhando cavaletes pelo Jardim Europa, na zona oeste da capital, e divulgando seu rosto e seu nome em bicicletas que circulam pelas ruas do bairro.O candidato aproveitou a brecha dada pela Lei Cidade Limpa durante o período eleitoral, que permite a propaganda por meio de cavaletes, cartazes, bonecos e pinturas em muros, de 6 de julho até 30 dias após o pleito.Desde a sanção da lei, em 2007, é a primeira vez que São Paulo volta a receber publicidade nas ruas. Acostumados com a "limpeza" visual provocada pela lei, moradores e trabalhadores da região onde foram colocados os cavaletes - e por onde circulam as bicicletas - agora manifestam incômodo com esse tipo de propaganda. "Lógico que atrapalha. Existe a Lei Cidade Limpa, inclusive, que obrigou a retirada de painéis de terrenos. Por que, então, isso aqui pode?", questionou Francisco Aragão, que trabalha na região.Um casal de moradores do bairro desaprovou os cavaletes espalhados pelo Jardim Europa. Considerada uma região de calçadas mais limpas, sem apelos visuais abusivos, a publicidade de Skaf chegou a "destoar", segundo Ana Geancarlo. "Tudo que for contra a lei não deveria ser permitido. Mas, se estiver dentro da lei, ele tem todo o direito de usar", disse. "Mas é uma pena. A cidade e o bairro ficarão tão bonitos sem a poluição."Quem deverá se deparar com a publicidade de Skaf é o vice na chapa de Marina Silva (PV), Guilherme Leal. O empresário mora na região de onde está grande parte dos cavaletes.Por meio de sua assessoria, Skaf disse que sua campanha tem estratégia de marketing eleitoral "que prevê técnicas das mais tradicionais às mais avançadas". "Com limitação no horário político eleitoral, é preciso lançar mão de todas as alternativas", afirmou.

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