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Na terra natal, choro e aliados

Lula chora e rasga autoelogios em seu último compromisso como presidente em Pernambuco

Por Alfredo Junqueira
Atualização:

A voz embargou e as lágrimas encheram os olhos em dois momentos do discurso de despedida. Em sua terra natal, a quatro dias do fim do mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se poupou de autoelogios e inflamou uma plateia formada por empresários, políticos locais e, principalmente, operários, nas obras do complexo industrial e portuário de Suape, no litoral sul de Pernambuco."Saio da Presidência e o legado mais importante que eu quero deixar é que vocês podem chegar lá. Eu cheguei e vocês podem", disse, dirigindo-se aos operários. "É só vocês teimarem e lutarem que vocês podem mudar a história desse País, definitivamente."A solenidade marcou o lançamento da pedra fundamental da fábrica de automóveis da Fiat, que entrará em operação em três anos. "Não poderia deixar de vir a Pernambuco faltando poucos dias para o fim do meu mandato." O choro teve de ser contido quando ele lembrou o passado de retirante e citou as dificuldades das crianças nordestinas, mas chorou no fim do discurso, ao agradecer aos pernambucanos pela reeleição em primeiro turno o governador Eduardo Campos (PSB), um dos seus principais aliados na região.Empolgado, Lula se autonomeou como o presidente "que mais trabalhou na história do País", ostentou alguns bons resultados da economia e garantiu ter sido o político "que mais lutou pela liberdade de imprensa".Ao declarar que o Brasil será a quinta maior economia do mundo em 2016, disse que foi no governo do "torneiro mecânico socialista e sem diploma de nível superior" que houve a maior operação de capitalização da história do capitalismo mundial.À noite, em Recife, voltou a citar Campos, que foi comparado a um diamante que não se encontra todo dia. "Um mestre, um menino que ainda vai ter futuro neste país."Com a faixa da Ordem do Mérito dos Guararapes, recebida do governador, brincou dizendo que, ao passar a faixa presidencial para Dilma, permanecerá com a faixa pernambucana. O presidente voltou a chorar na festa de despedida na praça do Marco Zero, que contou com repentistas, violeiros e forrozeiros. / COLABOROU ANGELA LACERDA

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