Na trilha dos isolados

Expedição da Fundação Nacional do Índio (Funai) passa dois meses no sudoeste do Amazonas em busca de vestígios de índios isolados, não-contactados

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Por Roberto Almeida
Atualização:

Integrantes da expedição da FUNAI ao Vale do Rio Javari, atravessando área encharcada para montar  acampamento em Tabatinga-AM

 

Às 16h30 do dia 1º de dezembro de 2009, um barco de madeira da Funai com 13 pessoas a bordo começou a escorrer lentamente pelo Rio Solimões. O motor roncava forte, constante, e uma leve brisa enfim aliviou o sol que massacrava a tripulação no porto de Tabatinga, extremo oeste do Amazonas.

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O que era projeto, mapa, planilha e expectativa do indigenista Rieli Franciscato, chefe da expedição, começava a virar realidade. Cinco índios e cinco mateiros, acompanhados pela reportagem do Estado, estavam sob seu comando na mais ambiciosa jornada da Frente de Proteção Etnoambiental Vale do Javari dos últimos oito anos.

 

Em três grandes entradas na mata, o grupo de expedicionários tentaria encontrar indícios da existência de grupos indígenas desconhecidos, não-contactados. Prazo de retorno imprevisível. Dois meses de viagem pelo menos.O objetivo era verificar três hipóteses. A primeira, sobre a suposta ação de indígenas na formação de uma clareira em formato de perfeita circunferência, observada em sobrevoo realizado pela Funai meses antes. A segunda, avaliar a veracidade de boatos que ligariam dois assassinatos de não-índios, parentes de madeireiros, por "índios bravos". E a última, uma suposta aparição na aldeia Janela, da etnia katukina, no Rio Biá, de um índio nu, pintado de urucum e com cabelos longos. Ele teria tentado raptar uma jovem, o que criou um alvoroço mítico entre os katukinas.

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