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Na TV, Lula e Alckmin buscam identificação com o povo

No programa de Geraldo Alckmin, os paulistas viram "brasileiros de São Paulo"

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os dois candidatos à Presidência da República mais bem colocados nas pesquisas e com mais tempo no horário eleitoral gratuito da TV, abriram a série de programas eleitorais na tarde desta terça-feira buscando construir uma identificação com o eleitor. O programa de Alckmin - ou "Geraldo", como é chamado pelo locutor do programa - destaca realizações do ex-governador valendo-se de entrevistas com pessoas que são apresentadas como "brasileiros de São Paulo", não "paulistas", e que citam suas origens em outros Estados do Brasil. No programa de Lula, o "jingle" de campanha diz que no Brasil vivem "milhões de Lulas", numa referência ao passado humilde do presidente e candidato à reeleição. Tanto Lula quanto Alckmin evitaram ataques diretos um ao outro durante seus programas eleitorais, concentrando a maior parte do tempo (o ex-governador tem direito a 10min22s, o presidente, a 7min21s) à apresentação de seus currículos, com muitas fotos em preto e branco, e a destacar o que consideram suas principais realizações. O ex-governador apoiou-se no legado do falecido governador Mario Covas, de quem foi vice e a quem sucedeu, em 2001, afirmando que, juntos, "puseram São Paulo nos trilhos". Os dois principais candidatos falaram apenas no final de seus programas eleitorais, com Lula ocupando um trecho maior do tempo que Alckmin. O presidente disse que pode "olhar nos olhos de cada um" dos eleitores e pedir uma renovação do mandato, e comprometeu-se em realizar a reforma política, se eleito: "A crise ética é de todo o sistema político", disse o presidente, sem citar os escândalos do mensalão ou dos sanguessugas pelo nome. Já Alckmin citou diretamente o escândalo do mensalão, afirmando que "o Brasil tem pressa" e que é difícil entender como há dinheiro para os desvios e não para as verdadeiras prioridades. Sem se referir especificamente ao governo Lula, o ex-governador condenou os "erros e discursos" afirmou que "meu jeito é diferente". Já Lula fez um apelo à continuidade, pedindo que o eleitor reflita sobre se é melhor "avançar rapidamente ou recomeçar do zero". Linguagem de sinais e internet Todos os programas de candidatos à Presidência, com exceção do de Luciano Bivar (PSL), apresentaram algum tipo de interface para deficientes auditivos, fossem legendas ou um pequeno quadro onde a locução era traduzida em linguagem de sinais. O primeiro programa do dia, de Heloísa Helena (PSOL), usou sinais, e foi dominado pela figura da candidata, que em 1min11s disse que faz "como as mães, que ensinam aos filhos que é errado roubar". O candidato José Maria Eymael, com 1min15s, se valeu de legendas, mas com um escorregão - a palavra "obsessão" apareceu grafada "obcessão". Rui Pimenta, do PCO, também usou legendas e comprometeu-se em soltar os "presos políticos da luta pela terra". Cristovam Buarque (PDT), com 2min23s, bateu na tecla da educação como prioridade máxima, apresentando-se como o "Presidente da Educação". De todos os candidatos, foi o único a pedir diretamente que os eleitores conferissem suas propostas, em detalhes, na internet.

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