ENTREVISTAPaulo Skaf, pré-candidato ao governo de SPQUEM É
É graduado em administração pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Paulistano de origem libanesa, tem 54 anos e é pai de cinco filhos. Foi presidente da Abit. Desde 2004, comanda um orçamento anual de R$ 1,5 bilhão do complexo Fiesp, Ciesp, Sesi, Senai e IRS (Instituto Roberto Simonsen), que inclui 132 sindicatos patronais, 150 mil indústrias, 161 centros de formação profissional e 179 escolas.
Paulo Skaf será oficializado hoje, em evento em São Paulo, pré-candidato ao governo do Estado de São Paulo pelo PSB. O presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) se licencia no dia 31 de maio e parte para a missão de transformar sua gestão no Sesi e no Senai numa plataforma política.
Para isso, ele terá a ajuda de Duda Mendonça, que é consultor da Fiesp. O slogan já está definido: "Preste atenção neste cara". Sua tarefa é tornar Skaf, que tem aparecido em pesquisas com 2% das intenções de voto, mais conhecido, usando como foco principal a educação.
O PSB tenta dar musculatura à pré-candidatura do empresário, negociando alianças com partidos nanicos, como PSL, PRP, PHS e PTC - sozinho, o partido tem apenas 1,4 minuto de programa eleitoral na TV. Também estão em curso negociações com o PP, que poderia engordar em mais um minuto a exposição na televisão. O PP, no entanto, estuda lançar Celso Russomanno. A partir do dia 28, o PSB terá direito a 40 inserções em rádio e TV. Todas serão cedidas ao pré-candidato.
Como foram as articulações para viabilizar sua candidatura?
Recebi um convite, ainda em 2008, do presidente estadual do PSB, Márcio França, para me filiar e ser candidato a governador em 2010. Nunca tinha pensado em filiação partidária. Como sempre gostei de política e já estava há anos na Fiesp, que é um cargo muito político, decidi aceitar.
O questionamento sobre a filiação de um industrial a um partido socialista foi superado?
O PSB está tão animado que queriam fazer um grande evento agora e eu disse para deixar para a convenção de junho. Então, estarão presentes cerca de 400 pessoas, que representam a cúpula do partido. Mas unanimidade e democracia nem sempre caminham juntos. É natural que haja alguém no partido que tenha outros pontos de vista.
A sua adesão ao PSB representa que tipo de socialismo?
Estamos no século 21, numa época em que o Partido Comunista chinês estimula a livre iniciativa para o desenvolvimento da China, em que todos querem desenvolvimento com justiça social e respeito ao meio ambiente. Não há nada mais socialista do que a empresa moderna, do que o empresário moderno, o empreendedor de uma instituição social, que vai dar emprego, dignidade às pessoas.
Como é sua relação com Ciro Gomes?
No dia em que mudou o título de eleitor para São Paulo, ele me disse que atendeu ao desejo do partido e que, se eu decidisse concorrer ao governo, teria seu apoio. Nos contatos que tive com ele e em suas declarações públicas, ele reiterou isso.
Que papel ele terá na sua campanha?
A coordenação geral da campanha está com o Márcio França. O marqueteiro será o Duda Mendonça. Queremos aproveitar a experiência de Ciro. Ele pode ter um excesso de franqueza, mas tem muitas qualidades.
Quais serão suas principais plataformas?
Há cinco anos, assumi a presidência do Sesi e do Senai de São Paulo. Implantamos o ensino em tempo integral no Sesi há quatro anos, quebrando todos os paradigmas.
Como levar essa experiência para o governo do Estado?
Não estava tudo pronto no Sesi. Temos 211 escolas e 127 delas não tinham estrutura para receber alunos em tempo integral. Estamos construindo 100 novas escolas para substituir as inadequadas e reformamos as demais. Da mesma forma, de forma responsável e programada, podemos fazer no Estado.
O que sua candidatura traz de novo à eleição paulista?
O PSB está oferecendo uma alternativa à polarização entre PSDB e PT. Um candidato novo, não no sentido da inexperiência, mas da modernidade. Quero propor ideias de descentralização do poder. O Estado tem 645 municípios. Leva muito tempo para um prefeito conseguir tratar dos assuntos de sua região com o governador. Estamos elaborando princípios e queremos ouvir pessoas. Mas pensamos em algo como subgovernadorias, para que haja uma autonomia progressiva de elaboração das questões regionais. Na Fiesp, criei 52 diretorias e hoje temos 2 mil conselheiros em todo o Estado. Imagine um governador chegando a uma região e pegando as questões maduras, elaboradas.