Namorada descreve Mohammed como 'calmo' e 'estranho'

Atual namorada do acusado de matar uma jovem inglesa conta que ele se diz 'arrependido' pelo crime

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Por Solange Spigliatti e da Central de Notícias
Atualização:

Uma pessoa calma, que falava pouco e apresentava um comportamento estranho. Essa foi a definição que Domingos, o porteiro do prédio em que Mohammed D'Ali Carvalho dos Santos morava, apresentou sobre o jovem durante testemunho dado no julgamento desta quinta-feira, 14. A atual namorada de Mohammed, de 19 anos, compartilha da mesma opinião. Mohammed, de 21 anos, é acusado de matar e esquartejar a inglesa Cara Marie Burke em julho de 2008, em Goiânia, e é julgado nesta quinta.

 

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Em depoimento, Hellen de Matos Vitória, de 19 anos, disse que seu namorado comenta que está arrependido e que cometeu o crime sob efeito de drogas. Questionada pelo juiz se acha que o réu tem algum problema mental, comentou: "Às vezes ele está alegre com alguma coisa e de imediato fica estranho. Fico sem entender nada". A testemunha confirmou que Mohammed usava crack, cocaína e que cheirava gás.

 

Ela disse também que não sabe o motivo que levou Cara a deixar o apartamento do réu. "Eles não brigavam na minha frente e nunca imaginei que ele mataria Cara, mas ela também saía muito, depois ficava num lugar, em outro, era estranha", afirmou.

 

Hellen afirmou que Mohammed quer fazer um tratamento quando sair da prisão para mudar de vida. "Agora ele é pai, tem um filho para criar". A criança, cujo nome é Gabriel, nasceu em 23 de março deste ano e foi "encomendada", segundo palavras dela, durante uma vista feita a Mohammed no presídio.

 

Questionada pelo MP sobre as razões que a levaram a se interessar por Mohammed, ela respondeu que se trata de assunto pessoal, mas admitiu que, pelo menos com ela, ele era uma pessoa amorosa e cativante. Durante todo o depoimento, a testemunha sorriu, demonstrando constrangimento com as respostas dadas a perguntas relacionadas ao comportamento de Mohammed.

 

Porteiro

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Além disso, Domingos confirmou que Mohammed saiu do prédio com uma mala preta, em 26 de julho de 2008, e voltou na madrugada seguinte, acompanhado de um rapaz, que não soube identificar. A testemunha disse que no apartamento de Mohammed o volume do som estava muito alto e soube pelo síndico do imóvel que, no dia da perícia, encontraram uma quantidade de drogas no sofá do apartamento do estudante.

 

O porteiro, que trabalha no edifício há mais de 15 anos, afirmou também que Cara morou quatro ou cinco meses com Mohammed e depois se mudou para o Jardim Novo Mundo, localizado na região Leste de Goiânia. No entanto, ele não sabe porque a inglesa deixou de morar no prédio.

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