Naná Vasconcelos comanda carnaval no Recife

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Por Agencia Estado
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O prefeito do Recife, João Paulo (PT), não quer menos: ?vamos fazer o mais popular e democrático carnaval do mundo?, prometeu ele esta semana, ao divulgar a programação da festa que terá 193 artistas locais e de fora que se apresentarão em 41 pólos de animação espalhados por toda a cidade, intitulada pela prefeitura como a ?capital multicultural do Brasil?. Para fazer jus ao título, o carnaval vai ter frevo, maracatu, caboclinho, samba, rock, reggae, ciranda, coco, manguebeat; shows, desfiles de blocos tradicionais ou irreverentes, numa folia que vai se espraiar por 12 quilômetros quadrados de área somente nos oito principais focos da festa, no centro da cidade. O carnaval será em homenagem a dois compositores pernambucanos de frevos, Capiba e Edgard Moraes, que completam neste ano seus centenários de nascimento. O músico Naná Vasconcelos faz hoje a amanhã os últimos ensaios com os 350 batuqueiros de 11 maracatus que irão tocar sob o seu comando, na abertura oficial do carnaval recifense nesta sexta-feira. Durante toda a semana, troças, blocos de pau e corda, ursos, afoxés, maracatus, blocos de samba, dão uma amostra do que está por vir. Mas, a exemplo de sempre, o carnaval pernambucano não espera a data oficial para ir às ruas. No Recife Antigo foi dada a largada da folia neste neste fim de semana, ao som de Cascabulho, Siba e a Fuloresta, Cabra Alada, grupos que trabalham em cima das tradições regionais, enquanto as orquestras de frevo se revesavam na Praça do Arsenal da Marinha, no mesmo bairro. Viola, Dusek e rock - Para reforçar a característica de festa sem preconceitos, em que cabem todos os ritmos, entre os artistas convidados que se apresentarão neste ano, a prefeitura traz Paulinho da Viola, Eduardo Dusek, Jair Rodrigues e Moraes Moreira, que vão dividir palcos com os pernambucanos Antonio Carlos Nóbrega, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Antúlio Madureira, Cordel do Fogo Encantado, Lia de Itamaracá, Claudionor Germano. Os limites rítmicos se expandem ainda mais com a décima edição do Recbeat, ou Pólo Mangue, que, de sábado a terça-feira de carnaval, mistura atrações internacionais como o norte-americano Kenny Brown, o grupo uruguaio Abuela Coca, os cariocas Lanlan e Elaines e Nega Gizza, com os grupos locais de rock e hardcore Nação Zumbi e Devotos, e representantes da cultura popular a exemplo do Samba de Coco Raízes de Arcoverde e União Sete Flechas de Goiana. Paralelamente, diariamente o Recbeat apresenta desfiles de moda ?fashionbeat? e tenda eletrônica. Olinda não fica atrás. Serão 340 agremiações nas ladeiras e ruas da cidade histórica, num sobe-e-desce que exige disposição e espírito desarmado para o empurra-empurra, sempre entremeado pelos bonecos gigantes, troças irreverentes e figuras folclóricas que dão fama ao seu carnaval. Os blocos Ceroulas, Vassourinhas e Eu Acho é Pouco são alguns dos mais atrativos, com orquestras afinadas e muita animação. O sábado de carnaval em Olinda é um dos melhores dias para brincar o carnaval na cidade porque o gigante Galo da Madrugada costuma atrair para o Recife grande multidão, deixando mais espaço para quem prefere as estreitas ruas da cidade vizinha. Logo na entrada de Olinda, no Varadouro, o Portal do Maracatu traz grupos de coco, afoxé e maracatu todas as noites, enquanto na Praça da Preguiça, estarão se apresentando bandas alternativas da cena musical pernambucana, como Comadre Fulozinha (formado só por mulheres), Eddie, Bomsucesso Samba Clube, Etnia, Maciel Salu. É só escolher sua tribo, guardar bem os documentos, andar com pouco dinheiro e se esbaldar.

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