'Não é hora para isso', diz Eunício sobre projeto de jogos de azar

Proposta foi rejeitada pela CCJ do Senado, mas ainda pode seguir para o plenário da Casa se houver apoio de 9 parlamentares

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Por Julia Lindner
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BRASÍLIA - O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), é contra a aprovação da proposta que regulamenta os jogos de azar neste momento. A proposta foi rejeitada nesta quarta-feira, 7, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas ainda pode seguir para o plenário da Casa se houver recurso com o apoio de pelo menos nove senadores. "Não é hora para isso", disse Oliveira ao Broadcast/Estadão.

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Jogos de azar Foto: Celso Júnior/ Estadão

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Segundo a Secretaria-Geral da Mesa, caso não haja recurso, o projeto será arquivado. De acordo com o regimento da Casa, cabe à CCJ opinar sobre a constitucionalidade das matérias, porém o plenário pode dar a decisão final. 

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O relator da matéria, senador Benedito Lira (PP-AL), afirmou ao Broadcast que ainda não sabe se vai recorrer. Ele avalia agora a melhor saída "jurídica e regimental" para o caso. O parecer de Lira, favorável à liberação de todos os jogos de azar, foi rejeitado por 13 votos a dois na CCJ. No lugar, foi aprovada, de maneira simbólica, manifestação contrária do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Para o autor da matéria, Ciro Nogueira (PI), o projeto ainda tem chances de ser aprovado no plenário do Senado, mesmo após rejeição na CCJ. "Todas as pessoas que são contra foram para a CCJ hoje, então as pessoas que querem aparecer contra fizeram um trabalho muito forte", justificou.

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Os votos vencidos na comissão, no entanto, foram justamente de correligionários de Ciro, Benedito de Lira (AL), relator da matéria, e Ivo Cassol (RO). 

No voto em separado, Randolfe considerou que a exploração de jogos de azar incentiva a lavagem de dinheiro, tem "nefasto" impacto psíquico e sociofamiliar sobre o jogador, e não deverá produzir aumento de receita tributária nem fomentar o turismo no Brasil, como alegam os defensores da matéria.

"Acho que o Congresso Nacional, no dia de hoje, sepultou em definitivo esse absurdo. Num momento em que o Brasil debate problemas de segurança pública, aprovar projeto que facilita ações do tráfico de drogas e de arma e que vulnerabiliza a saúde dos cidadão seria o mesmo que o Congresso dar um tiro na própria cabeça, ainda bem que esse absurdo não prosperou", comentou Randolfe após o resultado.