24 de agosto de 2010 | 00h00
Paulo Baía
PROFESSOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (UFRJ)
RIO
Apesar de ter paralisado parte da zona sul do Rio, na manhã de sábado, e levar o tema da segurança pública para os programas eleitorais dos candidatos ao governo, a invasão de traficantes armados ao Hotel Intercontinental não deve mudar o quadro da disputa no Estado. A avaliação é do sociólogo e cientista político Paulo Baía, professor da UFRJ.
Qual o impacto desse caso?
No Estado do Rio, a segurança pública está sempre em pauta, mas creio que não haverá impacto no quadro eleitoral. Candidatos podem dar mais ênfase ao tema, mas não afetará a campanha do Sérgio Cabral (PMDB).
Por quê?
Não é fato novo. As providências tomadas foram bem aceitas pela população. Outros governos já passaram por isso e tiveram reações similares. O fato novo na área de segurança pública são as Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs).
Qual será o efeito na eleição?
Trata-se de um elemento muito forte como demanda da população. As declarações de Cabral reforçam que ele vai manter essa linha de ação. A população das comunidades pedem UPP. Do ponto de vista do marketing político, ele acertou em cheio.
UPP é suficiente para resolver a questão de segurança no Rio?
Só a UPP, não. Falta enfrentar a questão da corrupção policial e institucional. É preciso evitar o corporativismo, fazer com que o Ministério Público aja efetivamente. É preciso punir os maus policiais para resolver o problema da violência no Rio.
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