Não leve gato por lebre

Profissionais orientam como fazer uma boa compra e evitar sustos posteriores

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Por Redação
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Quem está querendo aproveitar as ofertas do Feirão da Casa Própria da Caixa precisa ficar atento a uma série de aspectos antes de fechar um negócio. Toda precaução é necessária para não cair em armadilhas que podem surgir só depois da mudança. Antes de qualquer decisão, o mutuário deve visitar o local em que pretende morar em diversos horários e dias para avaliar se a região atende às suas necessidades e expectativas. ''Isso evita surpresas desagradáveis, como morar em locais com ocorrência de enchentes ou perto de feiras, bares noturnos e lugares barulhentos. Também não adianta ficar distante de serviços essenciais. O ideal é que escolas, padarias, supermercados e farmácias estejam a uma distância de no máximo dez minutos de sua casa'', aconselha o diretor da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp), Luiz Paulo Pompéia. Ao conhecer o local onde pretende morar, o futuro proprietário pode conversar com os vizinhos para obter mais informações sobre o bairro, como, por exemplo, questões relacionadas ao trânsito e à segurança. Também é de extrema importância averiguar o interior do imóvel. Observe, de preferência acompanhado de um técnico, a situação das redes hidráulica e elétrica da unidade. Veja se o quadro de luz ainda usa fusíveis ou já tem disjuntores, que são mais seguros. Acenda as luzes, abra as torneiras e dê descarga nos vasos sanitários. Preste atenção ainda na ocorrência de infiltrações ou manchas de mofo. Segundo Pompéia, esses problemas são fáceis de identificar em áreas comuns de edifícios e fachadas de casas. ''Manchas no teto da residência são sinais de vazamento'', acrescenta o diretor da Embraesp. Se o comprador optar por um imóvel usado, deve atentar para as condições da fiação e do encanamento. A Caixa disponibiliza um engenheiro para auxiliar o interessado a testar as instalações do imóvel desejado. O cliente pode aproveitar para pedir ao funcionário do banco anotar os detalhes relevantes em um relatório. Dessa forma, se houver algum contratempo após a aquisição da unidade, o documento irá servir como uma prova contra o antigo proprietário em um eventual processo. Pompéia recomenda atenção às especificações do memorial descritivo de imóveis comprados na planta. ''É bom acompanhar o cumprimento do projeto inicial para saber se o que foi prometido de fato foi feito, sobretudo em relação a material, metragem e acabamento.'' O consultor da Associação Brasileira de Moradores e Mutuários (ABMM), Wilson Gomes, propõe ainda aos futuros proprietários checar as construtoras. Assim, será possível saber se elas têm um histórico de entregar as unidades imobiliárias no prazo previsto. Segundo ele, os contratos de alienação fiduciária, que representam a maioria dos financiamentos da Caixa, embutem um risco maior, pois estipulam que o mutuário só se tornará dono do bem quando quitar todas as prestações. Ou seja, o contrato prevê a retomada da moradia mais facilmente em caso de atraso no pagamento. ''Imagine a situação de quem paga 80% do financiamento e depois fica sem o imóvel porque perdeu o emprego e atrasou as prestações.''

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