
23 de março de 2011 | 00h00
Falou dos mortos que a repressão não entregou a seus entes e que a história rotulou desaparecidos. "Eles ficaram todos esquecidos. Não ligaram para encontrar os desaparecidos."
Jonas teria hoje 76 anos. "Não pode por uma pedra em cima do passado", protesta Virgílio, engenheiro mecânico, um dos quatro filhos. "Essa pedra é muito pesada. Existe uma dívida do Estado e das pessoas que ainda estão aí, ocupando cargos públicos."
"Sinto que meu pai está ressuscitando a cada dia", disse Isabel Maria, professora, que tinha 4 meses de idade quando o pai foi arrastado pelos agentes dos porões e ela foi junto. "Estava morto e desaparecido, mas agora acho que ele está voltando."
São peritos da medicina forense do Instituto Nacional de Criminalística (INC) da PF que buscam identificar a ossada que seria de Jonas. Essa etapa da missão está sendo realizada no Instituto Médico Legal de São Paulo. Depois, o exame de DNA. "Os restos mortais que estamos examinando são compatíveis com os de Virgílio", disse Jéferson Evangelista Correa, chefe da equipe federal. "Do ponto de vista antropológico há compatibilidade, medidas, estatura, características físicas, ósseas e dentárias. Mas para a conclusão vamos extrair material genético e confrontar com o banco de dados da Secretaria de Direitos Humanos."
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.