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Não vou fazer ´bolsa-banco´ como o Lula, diz Alckmin

O tucano criticou o fato do presidente liberar R$ 10 bilhões ao Bolsa-Família enquanto os rentistas receberam R$ 160 bilhões em juros

Por Agencia Estado
Atualização:

O candidato tucano ao Palácio do Planalto, Geraldo Alckmin, defendeu nesta sexta-feira, 25, em campanha em Manaus, que seu governo não irá fazer um "bolsa-banco, como no governo Lula". "Meu governo não vai dar só R$ 10 bilhões ao Bolsa-Família e R$ 160 bilhões para os rentistas viverem de juros", afirmou, durante visita à fábrica Moto Honda. O candidato defendeu ainda não ser o "inimigo" da Zona Franca de Manaus como "adversários querem pintá-lo". "Tenho compromisso com a Zona Franca de Manaus e com a região Norte. O que é necessário aqui é se explorar mais a biotecnologia, os fármacos, o ecoturismo e fazer o gasoduto Coari-Manaus deixar esses passos de tartaruga", disse. O presidenciável criticou ainda o que chamou de números fracos de crescimento do Brasil nos últimos quatro anos. "No ano passado a Argentina cresceu 9% e o Brasil 2%. O Brasil precisa voltar a ser o país das oportunidades, do emprego. E só vai crescer com uma política fiscal melhor, com juros menores e câmbio competitivo", disse. "Meu governo será de chão de fábrica, de produção". Apoio de tucanos e pefelistas Alckmin, acompanhado pelo senador Artur Virgílio Neto, candidato ao governo estadual, não quis comentar sobre o fato de o ex-governador Amazonino Mendes (PFL) não apoiar sua candidatura. "Não perco meu tempo comentando isso, não tenho nenhuma preocupação a esse respeito", disse. Pela manhã, o presidente nacional do PFL Jorge Bornhausen (SC), o coordenador da campanha presidencial pelo partido deputado Heráclito Fortes (PI) e o vice de Alckmin, deputado José Jorge (PE), estiveram no comitê de Amazonino para pedir apoio à campanha de Alckmin. "Não há um amazonense que não suspeite de um governo federal por São Paulo. O país não tem uma política industrial regionalizada, a que existe está direcionada só para os paulistas", respondeu Amazonino à cúpula pefelista. José Jorge fez um apelo: "Se não vota no paulista, vote em mim que sou nordestino e não quero o fim da Zona Franca". Amazonino não respondeu ao apelo e afirmou não ter candidato à presidência. Durante a visita a Manaus, que durou cerca de cinco horas, Alckmin foi recebido pelo prefeito, Serafim Corrêa (PSB), que apóia a campanha de Lula. Visita à Moto Honda, que tem 6,5 mil funcionários. No fim da visita à capital, Alckmin e Artur fizeram uma caminhada por um bairro da zona norte de Manaus, às margens do aterro do Igarapé do 40. Em entrevista antes de partir para campanha em Rio Branco (AC), o tucano negou novamente que houvesse alguma crise no comando de sua campanha no Ceará, agora seguida também pela recusa de apoio de Amazonino. "Não sei onde vocês estão vendo crise. O Tasso (Jereissati) está viajando pelo Ceará em campanha para a gente, minha mulher esteve lá esta semana e viu de perto seu empenho". Tentou ainda, novamente, minimizar as imagens de Lula no programa do governador tucano Lúcio Alcântara. "Ora, ele só colocou um elogio do presidente da República sobre o governo dele, que é elogiável mesmo", repetiu.

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