Navegabilidade está em pauta desde 1920

Engenheiro planejou parque às margens do rio, para dar vazão às cheias

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Não é de hoje que se fala em usar o Tietê para transportar cargas e pessoas. Bem antes de a capital se tornar esse emaranhado de avenidas congestionadas, seus rios eram cortados por embarcações levando gente para todos os lados. Em 1924, o engenheiro Francisco Saturnino de Brito pensava em construir quatro eclusas para garantir sua navegabilidade e criar um parque às suas margens, para dar vazão à água na época das cheias. Mas as ideias de Brito não foram levadas adiante. Nos anos 1940, o prefeito Prestes Maia lançou um plano de construção de vias. Nos anos 1960, nasceram as marginais. Havia lei prevendo recuperar a relação da cidade com o Tietê. Em 1927, a Lei 2.249 declarava o destino navegável do rio, que precisava receber outras obras. Em estudo, o engenheiro Adriano Murgel Branco ressalta: "Registre-se que, não obstante a Lei 2.249 haver previsto as obras de navegação, elas não foram feitas." Os dados constam de apresentação feita em outubro passado no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Adriano Branco aponta o retrocesso da cidade no uso dos rios como meio de transporte, fazendo um paralelo com a exploração deles para a geração de energia. "No século 16, quando a Vila de São Paulo era limitada pelos Rios Tamanduateí, Tietê e Anhangabaú, se navegava por eles, principalmente na ligação com Santo André. Dessas imediações, as cargas e as pessoas desciam para o mar pelo chamado Caminho de Padre José", descreve. Em 1940, pedras e areia eram transportadas pelo rio, licenciadas pela Prefeitura. Aos poucos, sumiram. Nos anos 1960, foi feito um estudo detalhado para transportar hortaliças e frutas de Mogi das Cruzes para a capital. Mas esse projeto também não vingou.

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