''Nem todos respiraram ar ruim''

Para técnica da Cetesb, houve avanço contra poluição

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Por Redação
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Todo ano, a Cetesb prepara um relatório sobre a qualidade do ar, com base nos levantamentos. A publicação oficial só deve ficar pronta no fim do ano. Os dados são submetidos a filtros de qualidade, por isso podem ser diferentes dos levantados pela reportagem. Segundo a técnica da Divisão de Qualidade do Ar da Cetesb Maria Helena Martins, o fato de apenas 41 dias do ano terem registro de ar bom em todas as estações não significa que em todos os outros a qualidade do ar foi ruim. "Temos 22 estações na região, e o fato de nem todas registrarem qualidade boa não significa que no restante dos dias todas as pessoas respiraram ar ruim. Se na estação que fica na beira da Avenida Bandeirantes está ruim e todas as outras estão boas, pode ser um resultado que não reflete a situação real." Ainda segundo o levantamento feito pela reportagem, no ano passado 35,84% das 8.344 medições registraram qualidade regular, inadequada ou má. Em 2007, o índice foi ainda maior, de 36,9%. "Estamos em uma região onde moram 17 milhões de pessoas, estão cadastrados 8 milhões de veículos, existem 2 mil indústrias de alto potencial poluidor. Dentro deste contexto, os dados nos mostram que já avançamos bastante, mas que, sem dúvida, precisamos avançar mais ainda", diz a técnica. "Temos trabalhado para isso. Mas é sempre bom lembrar que as pessoas também podem colaborar. Evitar o uso do carro em situações desnecessárias, adotar o método de carona, tudo isso também contribui." Anteontem, os ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc, e das Cidades, Márcio Fortes, se reuniram para avaliar a adoção da inspeção veicular em todo País. Um estudo preliminar da USP já atestou que a emissão de poluentes não é exclusiva de São Paulo e que o índice já é alto em outras quatro capitais: Rio, Porto Alegre, Belo Horizonte e Recife. A reunião teve a participação do presidente do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Alfredo Peres. Segundo a assessoria da pasta, foi acordado que uma resolução ou decreto que estabeleça a inspeção deve sair ainda neste ano. O Código de Trânsito Brasileiro já prevê a prática, mas não define os mecanismos para a adoção.

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