Névoa causa acidente de barcas e fecha aeroportos do RJ

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Por Agencia Estado
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Um forte nevoeiro provocou a colisão entre duas barcas que fazem a travessia Rio-Niterói e também o fechamento dos aeroportos Santos Dumont e Galeão, por seis horas. O acidente na Baía de Guanabara, provocado pela falta de visibilidade, causou pânico entre os passageiros. Daniel Mota, de 21 anos, se jogou no mar, enquanto Luiz Cordeiro Peçanha, de 38 anos, com o impacto da batida, caiu na água. Ambos estavam na Vital Brazil, embarcação que chegava de Niterói para atracar na estação da Praça 15, centro, e que foi atingida, na lateral, pela barca Ipanema, que saía do Rio em direção a Niterói. A equipe do Corpo de Bombeiros, que chegou ao local minutos depois, atendeu ao todo nove pessoas: seis com crise nervosa, um com uma pancada na cabeça e os dois que foram retirados do mar, por uma lancha de uma empresa privada que presta serviço de transporte marítimo. Segundo testemunhas, um outro rapaz , não identificado, teria sofrido um corte grave em um dos braços. "Pensei que fosse morrer. Por isso me joguei", disse Mota. "Vi a morte de perto. Foi horrível", desabafou Alexandre da Silva Gomes, de 23 anos, passageiro que ficou ferido no rosto. A sensação de pânico se juntou ao sentimento de revolta. Muitos passageiros afirmaram que os serviços e as condições de segurança das embarcações administradas pela empresa Barcas S/A são precários. "Tenho a sensação de que os comandantes das barcas foram substituídos por motoristas de ônibus", disse Nicolau Seixas, usuário do transporte marítimo há mais de 40 anos. Apesar das reclamações, o capitão-de-fragata Castro Freire, chefe de segurança de transporte aquaviário da Capitania dos Portos, assegurou que as embarcações estão em perfeitas condições. "Ainda não sabemos de quem foi a imperícia, mas houve falha humana", afirmou. O diretor administrativo financeiro da Barcas S/A, Amaury de Andrade, disse que os radares e demais equipamentos de segurança das embarcações estavam funcionando normalmente. Aeroportos O Santos Dumont, por onde circulam os vôos domésticos, ficou fechado das 5 às 10h50. O movimento só foi normalizado ao meio-dia. Quarenta e cinco vôos deixaram de sair do aeroporto e 30 não chegaram a sair das cidades de origem em direção ao Rio. O saguão ficou lotado. O tráfego no Galeão fechou às 3h20 e só foi retomado às 9h20. Oito vôos tiveram seu destino desviado para São Paulo e Belo Horizonte, por falta de condições para pouso. O sambista Martinho da Vila, que aguardava no Santos Dumont um avião para São Paulo, onde tinha show marcado, estava conformado com a espera. "Já perdi uma coletiva, marcada para as 11 horas, mas espero que consiga embarcar até a noite", disse, por volta das 10 horas. O ator Reginaldo Faria e os músicos do grupo Skank aproveitaram a espera para assistir, na sala vip do aeroporto, ao jogo Coréia e Portugal. Meteorologia O diretor do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Luiz Carlos Austin, informou que a neblina, nesta época do ano, é um fenômeno comum. O nevoeiro se forma porque o solo se resfria, já que as noites são mais longas que os dias. "Normalmente, a temperatura decresce de acordo com a altitude, mas nessa época do ano, ela aumenta. Esse fenômeno chama-se inversão térmica", afirmou. Austim disse que a tendência é as manhãs ficarem nubladas até o fim do inverno.

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