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Nevoeiro fecha Cumbica pelo terceiro dia consecutivo

Equipamento que orienta pilotos durante nevoeiros não funcionou, e aeroporto teve que fechar as pistas durante horas. Waldir Pires quer punir culpados

Por Agencia Estado
Atualização:

Pelo terceiro dia consecutivo, o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, Guarulhos, sofre paralisação nos serviços de pouso e decolagem, por causa do forte nevoeiro que cobre a região. Além das condições climáticas desfavoráveis, as pistas também foram fechadas por causa de problemas em um equipamento que possibilita as chamadas operações por instrumentos. Desde as 6h desta segunda-feira, 26, 36 vôos já haviam sido transferidos para os aeroportos do Rio e Campinas. No entanto, esta mudança de fluxo ainda não atrapalha a movimentação de aeronaves nestes aeroportos. O vôo 6817 da Ibéria, vindo de Madri, Espanha, que deveria ter pousado às 7h de domingo e que pousaria nesta segunda-feira às 6h, ou seja, com 23 horas de atraso, ainda não havia chegado em Cumbica pelo Terminal II de desembarque internacional. O vôo 6826 que não decolou no domingo às 15h30 para Madri está previsto para sair de Cumbica apenas às 7h50, mas por causa do nevoeiro também será prejudicado. Na madrugada desta segunda-feira, o que se podia ver eram filas de check-in maiores que o de costume, mas sem registro de discussões ou desentendimento entre passageiros e funcionários de empresas aéreas. No final da noite de domingo, eram registrados apenas cinco atrasos em Cumbica. Crise na aviação O ministro da Defesa, Waldir Pires, mandou no domingo, 25, a Infraero investigar as causas dos problemas no equipamento de auxílio de pousos de avião que resultaram no fechamento do aeroporto por várias horas. Em conversa com o presidente da estatal, brigadeiro José Carlos Pereira, o ministro recomendou a punição dos responsáveis pelas falhas no sistema. As penalidades vão da advertência à demissão "exemplar". O presidente da Infraero entregará nesta segunda-feira, às 10 horas, um relatório preliminar ao ministro sobre a paralisação do aeroporto. O relatório levou em conta informações levantadas neste domingo mesmo por técnicos enviados a Guarulhos. Já a sindicância pedida por Waldir Pires, que vai ouvir funcionários das áreas de operação e manutenção do sistema, deverá ser concluída em três dias. "O ministro pediu uma investigação rápida e rigorosa", relatou o brigadeiro José Carlos Pereira. "A investigação será feita com rapidez, mas com muito cuidado para não cometermos injustiça." A assessoria do ministro divulgou no início da tarde do domingo uma carta enviada à Infraero para cobrar punição dos responsáveis pelo caos no aeroporto. No documento, Waldir Pires diz ter sido informado pelo Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA) que, se o equipamento estivesse em uso, não teria ocorrido a suspensão dos pousos em Guarulhos de 2 horas às 8h30 de sábado. A paralisação atrasou 102 vôos, segundo assessores da Defesa. "Os responsáveis, identificados, deverão ser afastados e submetidos ao processo administrativo", determinou o ministro, que está fragilizado no cargo. Cumbica fechou por cinco horas e meia no sábado e três horas no domingo em decorrência de um problema no sistema de auxílio de pousos chamado ILS, de categoria 2 (as categorias vão de 1 a 3 e levam em conta a visibilidade). O equipamento de Cumbica foi danificado há dez dias por um raio e, mesmo depois de ser recuperado, não voltou a entrar em funcionamento. A entrada em operação do sistema dependia de um teste com um avião da Força Aérea Brasileira. Matéria atualizada às 7h52, para acréscimo de informações

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