06 de junho de 2011 | 00h00
Wladimir D"Andrade
AGÊNCIA ESTADO
Eugênia Lopes e Rosa Costa / BRASÍLIA
Líderes petistas que defendem a permanência do titular da Casa Civil no governo aproveitaram um encontro no berço político de Antonio Palocci, no sábado, e divulgaram uma nota em sua defesa, alegando que ele não cometeu nenhuma irregularidade.
O texto, assinado pelo diretório do PT de Ribeirão Preto, afirma que "não existe nenhuma ilegalidade nos atos" do ministro quando ele era deputado e atribui as acusações a uma ação política para criar crise e desestabilizar o governo Dilma Rousseff.
A manifestação foi proposta pelo presidente estadual do PT paulista, Edinho Silva, e aprovada por unanimidade durante reunião com representantes de 40 municípios da macrorregião de Ribeirão Preto.
O comunicado destaca "total apoio" ao principal ministro do governo Dilma Rousseff. "A história pública de Antônio Palocci, seja como vereador, prefeito, deputado ou ministro, demonstra competência e total dedicação na construção do projeto político que transformou a vida do povo brasileiro, tirando mais de 27 milhões da miséria e ascendendo socialmente outros 30 milhões", prossegue o texto.
Para os petistas presentes ao evento, as acusações não têm o objetivo de atingir o ministro, mas o governo Dilma. "São frutos do vazio de propostas da oposição diante das constantes manifestações de aprovação da população às ações do governo", conclui a nota.
Oposição. Enquanto isso, no Congresso, a avaliação da oposição e de alguns integrantes da base aliada é de que o caso Palocci se agravou ainda mais com a reportagem da revista Veja segundo a qual o apartamento alugado pelo ministro em São Paulo seria de empresa dirigida por laranjas.
"Isso complicou a situação dele", admitiu o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE). Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), ele garantiu que vai pôr em votação na quarta-feira os dois requerimentos de convocação de Palocci.
Além da convocação, a oposição trabalha com a hipótese de obter assinaturas para a criação de uma CPI mista.
O otimismo é maior no Senado, onde já foram obtidas 19 adesões à comissão - são necessárias 27 assinaturas.
Na Câmara, a estratégia é tentar manter a convocação de Palocci aprovada na semana passada na Comissão de Agricultura.
O líder do DEM, deputado ACM Neto (BA), afirmou que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), caso o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), decida anular a votação que aprovou a convocação. "Vamos entrar com um mandado de segurança para fazer valer essa convocação." / COLABOROU LUÍS HENRIQUE TROVO, ESPECIAL PARA O ESTADO
TRECHO DA NOTA
"A história pública de Antonio Palocci...
...seja como vereador, prefeito, deputado ou ministro, demonstra competência e total dedicação na construção do projeto político que transformou a vida do povo brasileiro, tirando mais de 27 milhões da miséria e ascendendo socialmente outros 30 milhões."
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.